A Guerra Madeira

“Não vamos parar” na ajuda à Ucrânia

Amanhã é enviado o terceiro contentor com donativos dos madeirenses

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Parte amanhã da Madeira, a bordo do navio 'Rebecca S', da GS LINES (Grupo Sousa), o terceiro contentor completo com donativos para a Ucrânia. Com este contentor a ajuda dos madeirenses expedida aproxima-se dos 200 m3, o equivalente a cerca de 25 a 30 toneladas, revelou esta tarde Pedro Frazão, administrador do Grupo Sousa, durante o balanço da Campanha de Ajuda Humanitária à Ucrânia, na sequência do protocolo estabelecido entre o Município do Funchal, a Associação dos Ucranianos em Portugal e o Grupo Sousa.

Oportunidade para reafirmar as parecerias e uma certeza: “Nós não vamos parar. É ponto assente que vamos cá estar enquanto for necessário”, salientou Pedro Frazão. Disse mesmo que este “trabalho de parceria vai ter um fim quando tiver que ter”, ou seja, apenas e só quando se justificar. Sendo certo que até lá “vamos estar empenhadíssimos nesta tarefa que fazemos com todo o gosto pela nobríssima causa” que é ajudar a minimizar o sofrimento do povo ucraniano.

Nesse sentido “vamos já preparar um quarto contentor”, assegurou o administrador, que destaca também o relevante papel dos “imprescindíveis” voluntários que asseguram a triagem dos bens doados em função da evolução das necessidades, assegurando desta forma que sejam expedidas prioritariamente aquilo que é mais necessário no imediato.

“Papel fundamental e insubstituível”, assim como o de “todas as pessoas e associações que se juntaram nesta causa e estão por detrás dos donativos”, porque cabe aos voluntários a tarefa também muito importante de “fazer a triagem” do material doado, que é depois complementado com a também importante intervenção das equipas de logística em acondicionar todo o material no contentor e assegurar a sua expedição.

O administrador do Grupo Sousa ressalva que “toda a ajuda é preciosa”, inclusive de voluntários, porque estes “começam já a evidenciar algum cansaço, o que é normal. Portanto como os donativos não param de chegar, quanto mais diluído for este trabalho, mais equilibrado fica este serviço que é imprescindível”.

Já Cristina Pedra deixou a garantia que da parte da câmara tem havido um continuo interesse em fazer a divulgação da Campanha de Ajuda Humanitária, assim como, reuniões diárias com ucranianos, além de assegurar o transporte das doações desde pontos de recolha até a Logislink.

A vice-presidente da autarquia funchalense fez também saber que hoje teve a garantia “de uma entidade que se compromete para apetrechar dez casas de ucranianos que estejam a viver aqui na Madeira”.

Outra forma de ajudar é através da Oficina Solidária da CMF que não só “recupera diverso mobiliário para as famílias que vão ficar cá na Madeira” como oferece “alguma capacidade de resposta em fornecer mobílias para apetrechar as casas” que venham a acolher estes refugiados.

“Se nos doi ver as imagens de guerra, vivê-las nem nos passa pela cabeça, felizmente”, disse a autarca. Reafirmou o compromisso que “a câmara não poupou nem poupará a esforços a ser mais um elemento válido numa estratégia conjunta e que supera muito a nossa participação”. Elogia por isso o trabalho de parceria e em rede na certeza que “vamos chegar pelo menos a minimizar a dor de tantos”.

Valentyna Chan, representante da Associação dos Ucranianos de Portugal na Madeira, voltou a enaltecer a “adesão enorme” dos madeirenses e dar conta que este terceiro contentor de ajuda humanitária vai carregado sobretudo de bens alimentares, medicamentos e sacas para encher com areia, neste que revelou ter sido um “pedido urgente”.

A ucraniana a residir na Região enaltece todos os contributos recebidos, inclusive “mimos para os mais novos”. Avisa, contudo, que embalagens de vidro não são aceite por razões de segurança.