França pode ser a "primeira grande nação" a sair da dependência energética
Emmanuel Macron apresentou hoje o seu programa às eleições presidenciais francesas de abril, com medidas para tornar a França mais independente em setores como a defesa, energia e indústria, introduzindo reformas sociais.
"Podemos ser a primeira grande nação a sair da dependência do gás e do petróleo", disse hoje Emmanuel Macron numa conferência de imprensa em Aubervilliers, Paris.
Macron, que ganhou as eleições em 2017, anunciou hoje as suas prioridades para os próximos cinco anos sob o lema "Avec vous" ("convosco", em português), sendo o último candidato a apresentar-se e sem participar nos debates que têm decorrido na televisão francesa, devido às suas funções como Presidente.
A energia é um dos pontos fulcrais da sua estratégia, que globalmente visa construir a independência da França face ao exterior, com o compromisso de até 2050 construir seis novos reatores nucleares e estudar a construção de outros oito, multiplicar por 10 a energia solar no país assim, como 50 parques eólicos marítimos.
Outro ponto forte das suas propostas é a defesa, com a promessa de 50 mil milhões de euros anuais para as Forças Armadas francesas até 2025. O candidato propõe ainda um plano de mobilização civil, de forma a preparar a sociedade francesa para momentos de crise.
Também a polícia vai ser contemplada com um reforço e o setor da justiça deverá ter oito mil novos magistrados nos próximos cinco anos.
Na imigração, o candidato disse que a recusa de asilo vai levar à expulsão do território e que os vistos plurianuais serão concedidos sobre condições mais restritas e principalmente a quem está integrado através do trabalho.
Quanto às medidas sociais, Macron anunciou a manutenção da reforma do sistema de pensões, e o aumento da idade da reforma para 65 anos.
A instituição Pôle Emploi, equivalente ao Instituto do Emprego e Formação Profissional, vai passar a chamar-se France Emploi e o RSA, equivalente ao rendimento social de inserção, vai passar a ser um subsídio de atividade, com o atual Presidente a querer que quem recebe esta compensação mínima tenha uma atividade semanal entre 15 a 20 horas. O objetivo, segundo o candidato, é o emprego pleno.
Emmanuel Macron apresentou ainda novas medidas para ajudar as famílias monoparentais que representam cerca de um quarto das famílias em França, aumentar o tempo que as crianças podem ficar em estruturas de tempos livres enquanto os pais trabalham, aumento da pensão mínima para 1.100 euros.
Prometeu ainda medidas para aumentar a facilidade de acesso a médicos, uma dificuldade para muitos franceses que vivem fora das grandes cidades.
As eleições em França decorrem em duas voltas, com a primeira a 10 de abril e a segunda a 24 de abril.
Há 12 candidatos dos diferentes quadrantes políticos a disputar as eleições presidenciais.