Ucrânia destino convidado do 'stand' da APAVT na Bolsa de Turismo de Lisboa
A Ucrânia é o destino convidado do 'stand' da Associação Portuguesa das Agências de Viagens e Turismo (APAVT) na Bolsa de Turismo de Lisboa (BTL), que decorre até domingo na FIL -- Feira Internacional de Lisboa.
As razões do convite são, não só as valências turísticas do país, que recebe cerca de 14 milhões de turistas por ano, mas também o conflito militar lançado pela Rússia no final de fevereiro, explicou o presidente da APAVT, Pedro Costa Ferreira, numa conferência de imprensa conjunta com a embaixadora da Ucrânia em Portugal, Inna Ohnivets.
"Porque a vida na Ucrânia foi interrompida. Porque há um agressor [a Rússia] e um oprimido [a Ucrânia], que desenterrou demónios esquecidos [referindo-se à guerra], e porque é preciso uma grande solidariedade", afirmou Pedro Costa Ferreira.
O presidente da APAVT contou que muitos dos milhares de refugiados da Ucrânia são pessoas que trabalham na área do turismo e que a associação tem recebido contactos de membros associados a oferecerem trabalho aos refugiados com experiência em agências de viagens.
"Sabemos que o maior desafio da Ucrânia vai ser quando a guerra acabar, o desafio da reconstrução", defendeu o presidente da APAVT, anunciando ainda que, "nos próximos anos, a Ucrânia vai ser convidada" do 'stand' da associação na BTL "e de forma gratuita".
Pedro Costa Ferreira considerou que o turismo vive das diferenças entre países e defendeu que o turismo é "a indústria da paz".
A embaixadora da Ucrânia em Portugal agradeceu o apoio disponibilizado pela associação e enalteceu a importância do seu país como destino turístico, destacando o património histórico e artístico, que conta com sete entradas na lista de Património Mundial da UNESCO.
Esse património está a ser destruído pelo Rússia, desde a ocupação da Crimeia em 2014, defendeu a embaixadora, alertando para o facto de esse património cultural "correr o risco de se perder" de forma definitiva, com os ataques russos.
"A Ucrânia tem direito à preservação do seu património", defendeu Inna Ohnivets, adiantando que o banco nacional da Ucrânia abriu uma conta especial para esse apoio e apelando para que todos contribuam para ajudar nessa causa, dando donativos.
"Depois da nossa vitória na guerra, a Ucrânia vai abrir os seus braços hospitaleiros a todo o mundo. Sejam bem-vindos à Ucrânia depois da nossa vitória", concluiu a embaixadora.
A Rússia lançou em 24 de fevereiro uma ofensiva militar na Ucrânia que já causou pelo menos 726 mortos e mais de 1.170 feridos, incluindo algumas dezenas de crianças, e provocou a fuga de cerca de 4,8 milhões de pessoas, entre as quais três milhões para os países vizinhos, segundo os mais recentes dados da ONU.
A invasão russa foi condenada pela generalidade da comunidade internacional que respondeu com o envio de armamento para a Ucrânia e o reforço de sanções económicas e políticas a Moscovo.
A BTL regressou na quarta-feira à FIL, em Lisboa, depois de uma pausa de dois anos por causa da pandemia de covid-19.