Nuno Melo pede a Costa que "suspenda e reavalie" extinção do SEF
O eurodeputado centrista, Nuno Melo, apelou hoje ao primeiro-ministro que "suspenda e reavalie" a extinção do Serviço de Estrangeiros e Fronteiras (SEF), considerando que seria um "erro colossal" tendo em conta a chegada de refugiados da Ucrânia.
Numa nota enviada à imprensa, o deputado do CDS-PP ao Parlamento Europeu defende que, "no momento em que a maior vaga de refugiados se dirige à União Europeia", a extinção do SEF seria "erro colossal" por parte do Governo, "mais um" na política de segurança.
E sustenta que o SEF é um "serviço altamente especializado, reconhecido internacionalmente e composto por profissionais briosos e competentes que não se podem confundir com atos criminosos que terão sido cometidos por uma inexpressiva minoria, que deve ser exemplarmente punida", salientando que têm sido também "exemplar no profissionalismo e no tratamento das pessoas que fogem da guerra na Ucrânia".
Nuno Melo, que é candidato à liderança do CDS-PP no congresso de 02 e 03 de abril, apela assim ao primeiro-ministro, António Costa, que "suspenda e reavalie a decisão de extinção do SEF".
"Num contexto de grave incerteza na segurança externa, enorme pressão dentro da União Europeia e na sua fronteira externa, e de uma política de vizinhança de enorme risco, extinguir os serviços que exemplarmente serviram o país durante décadas é um erro trágico, quer do ponto de vista simbólico quer do ponto de vista operacional, que o CDS combaterá firmemente", defende o deputado europeu.
A extinção do SEF, que passa pela transferência das competências policiais para a PSP, GNR e Polícia Judiciária e criação da Agência Portuguesa para as Migrações e Asilo, foi decidida pelo atual governo socialista e aprovada no parlamento em outubro, mas a sua concretização prevista para janeiro foi adiada para maio devido à pandemia de covid-19.
A Rússia lançou a 24 de fevereiro uma ofensiva militar na Ucrânia que já causou pelo menos 726 mortos e mais de 1.170 feridos, incluindo algumas dezenas de crianças, e provocou a fuga de cerca de 4,8 milhões de pessoas, entre as quais três milhões para os países vizinhos, segundo os mais recentes dados da ONU.
A invasão russa foi condenada pela generalidade da comunidade internacional que respondeu com o envio de armamento para a Ucrânia e o reforço de sanções económicas e políticas a Moscovo.