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Cidadãos irano-britânicos libertados pelo Irão já chegaram ao Reino Unido

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Foto Twitter

Os cidadãos irano-britânicos Nazanin Zaghari-Ratcliffe e Anooshe Ashoori, que passaram vários anos presos no Irão, chegaram hoje ao Reino Unido, onde já estão reunidos com as suas famílias, informou a agência noticiosa espanola EFE.

Nazanin Zaghari-Ratcliffe, de 43 anos, e Anooshe Ashoori, de 68, desembarcaram na madrugada de hoje na base militar britânica em Brize Norton, onde foram recebidos pelos seus familiares.

Os dois cidadãos irano-britânicos deixaram Teerão na quarta-feira.

Há um terceiro cidadão britânico ainda no Irão, Morad Tahbaz, que recebeu permissão para sair da prisão e foi colocado em regime de prisão domiciliária. Tahbaz, de 66 anos, está preso há quatro anos.

"Após anos de detenção pelo Governo do Irão, os cidadãos britânicos Nazanin Zaghari-Ratcliffe e Anoosheh Ashoori regressarão hoje. Morad Tahbaz também foi libertado da prisão (...). É o resultado de uma diplomacia britânica tenaz e criativa", declarou a ministra dos Negócios Estrangeiros britânica, Liz Truss.

Os meios de comunicação iranianos sugeriram, na quarta-feira, que o pagamento realizado pelo Reino Unido de uma antiga dívida ao Irão está relacionado com as mudanças na situação dos referidos cidadãos irano-britânicos.

Antes da Revolução Islâmica de 1979, o falecido Xá iraniano Mohammad Reza Pahlavi pagou cerca de 400 milhões de libras esterlinas (cerca de 476 milhões de euros) por tanques britânicos Chieftain que nunca foram entregues ao seu país.

A ministra britânica confirmou que a dívida do Reino Unido ao Irão foi paga "em total conformidade com as sanções do Reino Unido e internacionais".

Gerente de projetos da Fundação Thomson Reuters, filial filantrópica da agência de notícias com o mesmo nome, Nazanin Zaghari-Ratcliffe foi presa em 2016 em Teerão, durante uma visita à sua família.

Foi acusada de conspirar para derrubar a República Islâmica, o que nega veementemente, e condenada a cinco anos de prisão.

Depois de cumprir a sua sentença, foi novamente condenada no final de abril a um ano de prisão por participar numa manifestação em frente da embaixada iraniana em Londres, em 2009.

Em outubro de 2021, Zaghari-Ratcliffe perdeu um recurso, o que levantou preocupações entre os seus familiares de um regresso à prisão, de onde foi libertada com pulseira eletrónica - em regime de prisão domiciliária - em março de 2020, devido à pandemia de covid-19.

Anooshe Ashoori foi detido em Teerão em agosto de 2017 e posteriormente condenado a 12 anos de prisão por alegadas ligações com o serviço de informação israelita Mossad, situação que nega.

"Devido à sua idade avançada e condição física, um tribunal aprovou a sua libertação condicional e [Ashoori] foi libertado", disse o porta-voz das autoridades judiciais, Zabihollah Khodayian, citado pela agência de notícias iraniana Fars.