Brasil recua e diz que casos de Deltacron ainda não foram confirmados
O ministro da Saúde do Brasil, Marcelo Queiroga, que na terça-feira anunciou as primeiras infeções da variante Deltacron do coronavírus SARS-CoV-2 no país, recuou hoje e esclareceu que os casos ainda são classificados como suspeitos.
"Os dois casos de Deltacron que citei mais cedo ainda estão em investigação e foram notificados ao @minsaude pelos estados. O sequenciamento total do vírus deve ser finalizado nos próximos dias pelo laboratório de referência nacional da Fiocruz [Fundação Oswaldo Cruz]", escreveu Queiroga, numa mensagem nas suas redes sociais.
O ministro insistiu que, em todo o caso, "não há motivos para preocupação", uma vez que a variante Deltacron, fruto de uma fusão entre as variantes Delta e Ómicron, não é tão grave, como admite a própria Organização Mundial de Saúde (OMS).
Na terça-feira, Queiroga havia dito a jornalistas que ambos os casos foram registados no norte do país, nos estados amazónicos do Pará e Amapá, que fazem fronteira com Suriname e Guiana Francesa.
Queiroga até vinculou indiretamente essa condição de fronteira as infeções e, embora não tenha especificado que se trata de casos importados, ressaltou que a nova variante "está mais presente na França e em outros países europeus."
O Brasil é um dos países mais afetados pela pandemia no mundo, com pelo menos 655.585 mortes e 29,4 milhões de casos.
Nas últimas semanas, após uma melhora constante da situação, a maioria das cidades do país flexibilizou quase completamente as restrições e eliminou o uso obrigatório de máscaras ao ar livre, medida que no Rio de Janeiro foi inclusive estendida a espaços fechados.
A covid-19 provocou pelo menos 6.011.769 mortos em todo o mundo desde o início da pandemia, segundo o mais recente balanço da agência France-Presse.
A doença é provocada pelo coronavírus SARS-CoV-2, detetado no final de 2019 em Wuhan, cidade do centro da China.