Número de infecções por covid-19 voltam a subir na Europa e na Ásia
A invasão da Ucrânia e outros eventos na política internacional fizeram desaparecer dos discursos e das notícias a pandemia de covid-19, mas, lentamente e de forma silenciosa, as infeções voltam a aumentar sobretudo na Europa e na Ásia.
Em França é esperado um pico de 120.000 a 150.000 novos casos por dia até ao final de março e na Áustria as infeções dispararam com o levantamento das restrições.
Na Alemanha, 1.600 novas infeções por cem mil habitantes foram ultrapassadas pela primeira vez, com 262.593 novos positivos e 269 mortes em 24 horas, e Itália registou mais de 85.000 novos casos na terça-feira.
Os casos ligados à China e a outros países asiáticos fizeram com que a curva global das infeções semanais de covid-19 voltasse a aumentar, de acordo com a Organização Mundial de Saúde (OMS).
A nova vaga não é acompanhada, na maioria dos países, por um aumento das hospitalizações e até agora, tirando exceções como a Alemanha que pondera prolongar as medidas preventivas, as autoridades mantêm os calendários para que estas desapareçam, o que leva especialistas a fazerem alertas.
O perigo é que a pandemia seja "banalizada", ela "ainda não acabou", refere o Conselho Científico que assessora o Governo francês.
Na Áustria, onze dias depois de levantadas quase todas as restrições, as infeções dispararam batendo um novo recorde de 58.583 nas últimas 24 horas, informaram hoje as autoridades de saúde. A incidência em sete dias aumentou para 3.465,6 novos casos por 100.000 habitantes.
Em Itália, os casos de infeção pelo coronavírus SARS-CoV-2, que causa a covid-19, subiram para níveis de há alguns meses, mas o governo mantém a intenção de eliminar as restrições no final de março, sustentado na menor agressividade da variante Ómicron e no elevado número de italianos vacinados.
O boletim diário divulgado pelo Ministério da Saúde italiano mostra que na terça-feira se registaram 85.288 novos casos e 180 mortes, com o Governo a atribuir o aumento às baixas temperaturas das últimas semanas.
A Bélgica, que levantou praticamente todas as medidas sanitárias para conter o avanço do coronavírus em 7 de março, registou um aumento de 30% dos casos entre 6 e 12 de março face ao período de referência anterior.
O ministro da Saúde francês, Olivier Véran, acredita que a subida das infeções por coronavírus verificada nas últimas semanas seja invertida dentro de 10-15 dias e tenha um efeito "contido" na pressão hospitalar, pelo que não alterará o relaxamento das medidas sanitárias, mas antes disso as previsões apontam para um pico de 120.000 a 150.000 infeções diárias até ao final de março.
A Espanha tem registado desde a semana passada um aumento ligeiro das infeções, quebrando a tendência de queda iniciada em meados de janeiro, com uma incidência de 432 casos por 100.000 habitantes nos últimos catorze dias.
Na Ásia, a Coreia do Sul registou hoje 400.741 casos, o maior número diário desde o início da pandemia, há dois anos, à medida que o país continua a diminuir as restrições, e na China, na terça-feira, registou-se também o valor mais elevado desde o início de 2020, com 5.280 casos, o que já levou ao confinamento de milhões de pessoas.
Hong Kong, que contabiliza e reporta autonomamente, em relação à China, os casos que regista, deu conta na terça-feira de 27.765 novos casos de contágio e 289 mortes em 24 horas.
A covid-19 provocou pelo menos 6.011.769 mortos em todo o mundo desde o início da pandemia, segundo o mais recente balanço da agência France-Presse.
A doença é provocada pelo coronavírus SARS-CoV-2, detetado no final de 2019 em Wuhan, cidade do centro da China.