Madeira

Sindicalistas dizem que dinheiro público é "utilizado para fomentar a precariedade laboral"

União dos Sindicatos da Madeira denuncia a atribuição de apoios públicos a grandes grupos económicos

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Em nota enviada à comunicação social, a União dos Sindicatos da Madeira (USAM) e a Confederação Geral dos Trabalhadores Portugueses — Intersindical Nacional (CGTP-IN) denunciam esta quarta-feira, 16 de Março, a atribuição de apoios públicos a grandes grupos económicos, acusando que "são as grandes empresas que absorvem a maior fatia" dos apoios. 

Em causa está a compensação pelo aumento do Salário Mínimo Nacional, que segundo a USAM, "não foge à regra", sendo que a lista divulgada pela Inspecção-geral de Finanças "é reveladora do aproveitamento que instituições que acumulam milhões de euros de lucro fazem da medida". 

A lista das empresas que mais recorreram a este apoio em 2021, é liderada pela RANDSTAD, teve um resultado líquido consolidado de 768 milhões de euros, onde também consta a ADECCO que teve 1,5 mil milhões de euros de lucro e, entre outras, a SONAE, que alcançou os 75,2 milhões de lucro e distribuiu 97,2 milhões de euros em dividendos. USAM e CGTP

Os sindicalistas apontam que a suposta medida destinada às empresas que "não podiam suportar o aumento do salário mínimo nacional teve como destino grandes empresas da área do trabalho temporário, da grande distribuição e as empresas que operaram na restauração (Gertal e Eurest)".

A USAM e a CGTP defendem que não deve haver quaisquer compensações pela subida do SMN, uma vez que o "dinheiro público continua a ser utilizado para fomentar a precariedade laboral do trabalho com recurso a empresas de trabalho temporário" e que se verifica que "este tipo de medidas serve para promover uma transferência directa e indirecta de rendimentos para o grande capital". 

"Urge travar esta prática e excluir as grandes empresas que acumulam e distribuem lucros colossais do âmbito do Estatuto dos Benefícios Fiscais, das subvenções em vigor e das medidas que se anunciam em consequência da guerra e das sanções que lhe estão associadas", lê-se na nota.