Rui Barreto pede ao Ministério da Agricultura para baixar preço dos cereais
Secretário regional da Economia tomou iniciativa face ao aumento do preço de diversas matérias-primas de primeira necessidade e quer aplicar verbas de Bruxelas para reforçar o apoio ao sector da panificação.
Rui Barreto pediu autorização ao Ministério da Agricultura para mexer nas verbas provenientes de Bruxelas, nomeadamente o POSEI - fundo que esbate os problemas inerentes à insularidade - e, com isso, baixar o preço dos cereais, ajudar o sector da panificação e poupar o bolso dos madeirenses. Em traços gerais foi este o sinal que o secretário regional da Economia deixou na inauguração de uma nova Confeitaria, nos Barreiros.
"Já tomámos iniciativa para que, junto do Ministério da Agricultura, possamos aplicar verbas do POSEI para reforçar o apoio a este sector", precisou Rui Barreto, reforçando mais à frente que esse dinheiro comunitário seria utilizado para “diminuir os custos de importação e os custos de transportes” destas matérias-primas, como cereais, trigo e milho, para a Madeira.
Além disso, o governante recordou que "o Governo Regional tem procurado amortecer o impacto fortíssimo do preço dos combustíveis".
Esta semana, em termos de preços médios, a diferença de preços dos combustíveis é, na Madeira, menos 29 cêntimos ao litro do que no continente e no caso do gasóleo é mais barato 43 cêntimos ao litro. A subida dos preços dos combustíveis também é menor do que aquela que está a acontecer no continente. Rui Barreto, secretário regional da Economia
Rui Barreto acabou por repetir por mais do que uma vez que esta “economia de guerra que se está a viver na Europa tem de ser tratada a uma escala europeia”.
“No mercado dos cereais, a União Europeia possa encontrar outros fornecedores, outras fontes de fornecedores, para que também a pressão da procura face à oferta se possa fazer de forma equitativa e mais justa. Devo lembrar a este respeito que o eurodeputado Nuno Melo apresentou uma proposta no Parlamento Europeu para que isso seja feito, assim como diligências têm sido feitas junto do Comissário Europeu para a Agricultura, porque o preço destas matérias-primas está a subir e isso, obviamente, terá reflexos nos consumidores. O que nós queremos é que esta escalada de preços possa ser atenuada”, reforçou.
Lay-off ainda é solução
O lay-off “é uma questão que poderá ser colocada em cima da mesa” pelos empresários directamente afectados pela escalada de preços dos combustíveis e das matérias-primas.
“No caso português há uma dependência do milho da Ucrânia, em 40%, pelo que obviamente há uma pressão sobre a procura e uma inflação muito significativa dos preços. Conjugado com a crise energética há sectores que podem ter um arrefecimento e, se isso se traduzir numa menor necessidade de recursos, podem também encontrar mecanismos para garantir rendimento”, especificou.