Governo britânico aplica sanções a mais 350 pessoas e entidades russas
O Governo britânico anunciou hoje sanções a mais 350 pessoas e entidades russas, depois de ter sido aprovada nova legislação que confere mais poderes ao executivo nesta matéria.
A chamada nova Lei de Crimes Económicos, que entra em vigor hoje, permite que o Governo de Boris Johnson imponha mais sanções aos oligarcas russos neste país pelas ligações ao Presidente russo, Vladimir Putin, como resultado da invasão da Ucrânia pela Rússia.
Desde que as tropas russas lançaram os ataques à Ucrânia em 24 de fevereiro, o Reino Unido sancionou 935 pessoas, nomeadamente empresários ou políticos, e 70 subsidiárias e empresas russas, de acordo com uma lista divulgada hoje.
Entre os indivíduos que foram adicionados hoje à lista estão o político russo e general do Exército Sergei Shoigu, o ex-primeiro-ministro russo e antigo presidente Dmitri Medvedev, atual vice-presidente do Conselho de Segurança russo, e Mikhail Fridman, fundador do Alfa Bank, o maior banco russo não controlado pelo Estado.
Também estão presentes Petr Aven, presidente do Alfa Bank até este mês, o secretário de imprensa de Putin, Dmitri Peskov, e Maya Bolotova, filha de Nikolai Tokarev, presidente da empresa russa de energia Transneft.
Este pacote, que alinha o Reino Unido com as sanções aprovadas na segunda-feira pela UE, implica o congelamento de bens e a proibição de viagem.
Num comunicado, a ministra dos Negócios Estrangeiros, Liz Truss, disse hoje que, juntamente com os aliados, o Reino Unido "continuará a aumentar a pressão sobre Putin cortando o financiamento da máquina de guerra russa".
Esta manhã, Londres tinha anunciado sanções comerciais, que incluem a proibição da exportação de certos itens de luxo, como vestuário, carros e obras de arte, e tarifas adicionais de 35% sobre importações como vodka.
Os produtos importados que estarão sujeitos a estas novas tarifas somam um valor de 900 milhões de libras (cerca de 1.000 milhões de euros, ao câmbio de hoje), indicou o Ministério do Comércio Internacional.
A Rússia lançou a 24 de fevereiro uma ofensiva militar na Ucrânia que já causou pelo menos 691 mortos e mais de 1.140 feridos, incluindo algumas dezenas de crianças, e provocou a fuga de cerca de 4,8 milhões de pessoas, entre as quais três milhões para os países vizinhos, segundo os mais recentes dados da ONU.
A invasão russa foi condenada pela generalidade da comunidade internacional que respondeu com o envio de armamento para a Ucrânia e o reforço de sanções económicas a Moscovo.