A Guerra País

Aprovisionamento de bens assegurado até Junho

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Foto AFP

O ministro da Economia, Pedro Siza Vieira, assegurou hoje que não existem dificuldades no abastecimento de bens essenciais importados e que estão assegurados aprovisionamentos até junho, mas afirmou ser "inevitável" um aumento de preços.

"Neste momento, no acompanhamento praticamente ao dia que vamos fazendo da situação dos bens que importamos [das zonas afetadas pelo conflito na Ucrânia], não existem dificuldades de abastecimento e estão assegurados os aprovisionamentos até ao próximo mês de junho", referiu o ministro da Economia.

Pedro Siza Vieira falava numa conferência de imprensa conjunta com a ministra da Agricultura, Maria do Céu Antunes, hoje em Lisboa, em que foram apresentadas medidas de apoio às empresas e setores mais afetados pela subida de custos resultante do conflito na Ucrânia.

Perante esta situação, disse, está a ser feita uma monitorização do aprovisionamento e do nível de 'stocks' de cereais para alimentação humana e animal e estão também a ser tomadas medidas para diversificação de fornecedores de cereais, além do acompanhamento da disponibilidade de produtos energéticos no país.

Assegurando que "os bens essenciais vão continuar a chegar a Portugal", Pedro Siza Vieira referiu também que os bens vão ficar mais caros e que, apesar das medidas de apoio às empresas mais impactadas pela subida de custos, "haverá um aumento inevitável os custos para os consumidores".

"É inevitável um aumento dos preços que os senhores empresários praticam nos produtos que vendem", disse, ainda que nem sempre seja possível fazer esse ajustamento de preço pelo mercado, o que exige medidas para proteger a capacidade produtiva e o emprego.

Questionado sobre que tipo de bens essenciais estão em causa, os ministros apontaram os cereais, nomeadamente os destinados à alimentação animal e o trigo para alimentação humana, e as oleaginosas.

"Temos os 'stocks' bem abastecidos e o que estamos a fazer é a procurar adquirir outros bens que não na Ucrânia", referiu Pedro Siza Vieira, dando como exemplo o primeiro navio com milho forrageiro oriundo dos Estados Unidos.

Perante este quadro, o ministro da Economia deixou uma palavra de tranquilização aos consumidores portugueses, acentuando que não se anteveem "nestes tempos próximos quaisquer dificuldades".

"Do ponto de vista de aquisições diretas à Rússia e à Ucrânia a situação é sobretudo mais visível no caso do milho forrageiro e de alguma oleaginosas. Ainda assim não há faltas, não vale a pena ir correr aos supermercados. Não vale a pena fazer como se fez na covid e ir a correr esgotar o papel higiénico ou agora o óleo de girassol, porque como ouvimos nestes dias os representantes do retalho alimentar não há faltas nem agora nem se prevê que venham a ocorrer nos próximos meses", afirmou.

Maria do Céu Antunes precisou, por seu lado, que Portugal compra o trigo panificável a França e não aos países em conflito e sinalizou que esta terça-feira vai ser realizada uma reunião entre representantes de vários setores (rações e moagem, entre outros) para analisar capacidade de importação e de armazenagem.