A Guerra Mundo

Negociadores russos e ucranianos reunidos por videoconferência

Mais de 2,5 milhões de pessoas fugiram da Ucrânia para países vizinhos desde o início da guerra

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André Luís Alves / Global Imagens

Negociadores ucranianos e russos iniciaram hoje, por videoconferência, a quarta ronda de conversações sobre a guerra na Ucrânia, anunciou o chefe da delegação de Kiev, Mykhailo Podoliak.

As três rondas anteriores realizaram-se de forma presencial na Bielorrússia e a de hoje segue-se a um encontro entre os chefes da diplomacia dos dois países na quinta-feira, na Turquia.

A Rússia ainda não comunicou o início desta ronda de negociações.

A delegação russa é chefiada pelo conselheiro do Kremlin (Presidência) Vladimir Medinsky.

"As partes estão a expressar ativamente as suas posições, que já foram clarificadas. A comunicação é difícil, mas continua", escreveu Podoliak na rede social Twitter, citado pela agência espanhola EFE.

Segundo o conselheiro do Presidente Volodymyr Zelensky, a "razão dos desacordos" reside nos sistemas políticos "muito diferentes" dos dois países.

"A Ucrânia é um país que mantém um diálogo livre na sociedade e um consenso obrigatório. A Rússia acaba por praticar a supressão da sua própria sociedade", disse Podoliak, citado pela EFE e pela agência francesa AFP.

Antes do início da reunião, Kiev anunciou que iria exigir novamente um cessar-fogo a Moscovo e a retirada de todas as tropas russas do território ucraniano.

A primeira ronda de negociações realizou-se na região bielorrussa de Gomel, perto da fronteira ucraniana, em 28 de fevereiro, quatro dias após o início da invasão da Ucrânia pela Rússia.

As rondas seguintes decorreram também na Bielorrússia, mas perto da fronteira polaca, em 03 e em 07 de março.

Três dias depois, a Turquia acolheu a primeira reunião entre os ministros dos Negócios Estrangeiros da Ucrânia, Dmytro Kuleba, e da Rússia, Serguei Lavrov.

As negociações produziram poucos resultados, pelo que foi anunciado pelas duas partes, embora tivessem permitido a abertura de corredores humanitários para socorrer civis em algumas cidades ucranianas cercadas pelas forças russas.

A guerra na Ucrânia, que entrou hoje no 19.º dia, provocou milhares de mortos e feridos, mas o número preciso está ainda por determinar.

As informações sobre baixas militares e civis indicadas por cada uma das partes carecem de verificação independente.

A ONU contabilizou cerca de 600 civis mortos e mais de mil feridos até ao fim de semana, mas alertou que o número deverá ser substancialmente superior.

Mais de 2,5 milhões de pessoas fugiram da Ucrânia para países vizinhos desde o início da guerra, naquela que já é considerada a prior crise do género na Europa desde a Segunda Guerra Mundial (1939-45).