Ucrânia vai exigir a retirada das forças russas na nova ronda negocial
As autoridades ucranianas disseram que vão exigir uma trégua imediata e a retirada das forças russas durante a nova ronda negocial com Moscovo que deve realizar-se hoje por videoconferência.
"A nossa posição não mudou: paz e um cessar-fogo imediato, a retirada de todas as tropas russas e, só depois disto, é que poderemos falar das nossas relações de vizinhança e das nossas diferenças políticas", disse Mykhailo Podoliak, negociador e conselheiro do presidente da Ucrânia, Volodimir Zelensky.
As declarações de Podoliak foram difundidas através da rede social 'Twitter' no dia em que se realiza o quarto contacto entre Kiev e Moscovo desde o início da invasão da Rússia.
Anteriormente, numa gravação vídeo divulgada hoje pela Interfax-Ucrânia, o chefe de Estado ucraniano afirmava que as tentativas para entregar ajuda humanitária a Mariupol vão manter-se até que se possa prestar apoio à população civil.
"Infelizmente, o corredor humanitário em Mariupol foi bloqueado outra vez. Fizemos tudo o que era preciso. Fizemos um cessar-fogo. As tropas russas interromperam o movimento de transporte através de autocarros. Vamos continuar a tentar até que possamos ajudar a nossa gente", acrescentou o presidente ucraniano.
De acordo com Zelensky, até ao momento "funcionaram mais de 10 corredores humanitários" em todo o país.
O chefe de Estado, na mesma gravação, destacou os corredores humanitários que se mantêm operacionais em Kiev e Lugansk.
"Cerca de 5.500 pessoas salvaram-se ontem [domingo} e mais de 130 mil nos últimos seis dias", declarou.
"Devemos entender que isto também se fica a dever às negociações [entre Ucrânia e Rússia]", disse referindo-se aos corredores humanitários que se encontram em funcionamento.
As autoridades da Rússia e Ucrânia realizaram três rondas negociais diretas tendo sido estabelecida a abertura de vários corredores humanitários mas nem todos estiveram operacionais.
A Rússia lançou a 24 de fevereiro uma ofensiva militar na Ucrânia que já causou pelo menos 564 mortos e mais de 982 feridos entre a população civil e provocou a fuga de cerca de 4,5 milhões de pessoas, entre as quais 2,5 milhões para os países vizinhos, segundo os mais recentes dados da ONU.
A invasão russa foi condenada pela generalidade da comunidade internacional que respondeu com o envio de armamento para a Ucrânia e o reforço de sanções económicas a Moscovo.