UE condena "veementemente " raptos de presidentes de câmaras ucranianas por forças russas
O alto representante da União Europeia para os Negócios Estrangeiros, Josep Borrell, condenou hoje de forma "veemente" os raptos dos presidentes das Câmaras de Melitopol e Dniprorudne pelas forças armadas russas.
"A União Europeia condena veementemente o sequestro dos presidentes das Câmaras de Melitopol e Dniprorudne pelas forças armadas russas", lê-se no perfil de Borrell da rede social Twitter, citado pela agência de notícias Efe.
Segundo Josep Borell, os sequestros marcam "outro ataque às instituições democráticas na Ucrânia e uma tentativa de estabelecer estruturas alternativas de governança ilegítimas num país soberano".
O presidente do Conselho Europeu, Charles Michel, também condenou "nos termos mais fortes possíveis" o bombardeio "indiscriminado" de civis na Ucrânia pela Rússia, bem como o sequestro dos presidentes das Câmaras de Melitopol (cidade situada entre a cidade portuária de Mariupol e a península da Crimeia) e Dniprorudne.
"Tais sequestros e outras pressões sobre as autoridades locais na Ucrânia são outra violação flagrante do Direito Internacional. A agressão militar e política da Rússia contra a Ucrânia deve parar", escreveu Michel no seu perfil do Twiter.
A Ucrânia denunciou o sequestro dos dois autarcas, com o presidente ucraniano, Volodímir Zelenski, a pedir ajuda este sábado ao seu homólogo francês, Emmanuel Macron, pelo desaparecimento do autarca de Melitopol.
O ministro dos Negócios Estrangeiros russo, Dmytro Kuleba, escreveu hoje na sua página do Twitter que "criminosos de guerra russos sequestram presidentes democraticamente eleitos de cidades ucranianas".
"A 11 de março, o presidente de Melitopol, Ivan Fedorov, foi sequestrado. Os moradores fazem protestos exigindo sua libertação. Apelo aos estados e organizações internacionais para que parem com o terror russo contra a Ucrânia e a democracia", disse o Kuleba, chefe da diplomacia ucraniano.
Numa outra mensagem publicada este domingo também no Twitter, Dmytro Kuleba acrescentou que "criminosos de guerra russos sequestraram outro presidente democraticamente eleito" na cidade ucraniana de Dniprorudne, Yevhen Matveyev.
"Incapaz de obter qualquer apoio local, os invasores recorrem ao terror", escreve Kuleba.
A Rússia lançou a 24 de fevereiro uma ofensiva militar na Ucrânia que já causou pelo menos 564 mortos e mais de 982 feridos entre a população civil e provocou a fuga de cerca de 4,5 milhões de pessoas, entre as quais 2,5 milhões para os países vizinhos, segundo os mais recentes dados da ONU.
A invasão russa foi condenada pela generalidade da comunidade internacional que respondeu com o envio de armamento para a Ucrânia e o reforço de sanções económicas a Moscovo.