Ciclone Gombe provoca 11 mortes e ainda há distritos inacessíveis em Moçambique
O ciclone Gombe provocou 11 mortes em Moçambique indica um balanço provisório ontem divulgado pelas autoridades moçambicanas.
O corpo de uma mulher idosa foi encontrado no distrito de Monapo sob os escombros de uma habitação destruída pela tempestade, elevando a contagem para 11 mortes, ainda sem incluir os distritos mais afetados.
"O que mais nos preocupa é não sabermos qual a situação da população dos distritos de Mogincual e Liúpo, que estão ali no meio, sitiados, praticamente", disse aos jornalistas o governador da província de Nampula, Manuel Rodrigues.
O dirigente liderou uma comitiva que tentou chegar aos dois distritos que sofreram o impacto direto quando o ciclone chegou a terra, na madrugada de sexta-feira, mas as duas vias de acesso que tentaram utilizar, ambas em terra batida, estão intransitáveis.
Os distritos de Mogincual e Liúpo sofrem ainda com falta de energia e comunicações, tal como outros 14 na província de Nampula.
Há estragos generalizados na região: Habitações de construção tradicional foram derrubadas, todo o tipo de telhados foi danificado, vários deles arrancados, e campos de cultivo foram destruídos.
Apesar de o ciclone ter perdido intensidade, continua a provocar chuva intensa e mantém-se o alerta para uma possível subida de caudal dos rios do norte e centro de Moçambique, nomeadamente o rio Licungo.
A tempestade Gombe chegou à costa moçambicana na madrugada de sexta-feira na categoria de ciclone intenso com chuva torrencial e vento de 165 quilómetros por hora, com rajadas superiores a 200 km/hora.
A tempestade atingiu Moçambique três anos depois de os ciclones Idai e Kenneth terem fustigado, respetivamente, as regiões centro e norte do país naquela que foi uma das mais severas épocas chuvosas de que há memória.