Kiev acusa Moscovo de atacar Bielorrússia para envolver país no conflito
A Ucrânia acusou hoje a Rússia de lançar um ataque com mísseis desde o espaço aéreo ucraniano em direção ao território bielorrusso, numa tentativa de envolver a Bielorrússia na sua ofensiva contra o país presidido por Volodymyr Zelensky.
Segundo o Ministério da Defesa ucraniano, Moscovo autorizou um ataque com mísseis à cidade de Kopani, com o objetivo de obter uma justificação para uma resposta da Bielorrússia contra a Ucrânia.
Kiev alertou ainda que esse envolvimento direto do país vizinho pode ocorrer já esta noite.
O Presidente da Bielorrússia, Alexandr Lukashenko, aliado próximo de Vladimir Putin, tem negado repetidamente que o seu país vá participar na ofensiva contra a Ucrânia ou que já o tenha feito.
Já hoje, o Ministério da Defesa da Bielorrússia negou totalmente os relatos sobre o ataque com mísseis a uma vila bielorrussa, perto da fronteira com a Ucrânia, apelidando-os de 'fake news'.
"O Ministério da Defesa declara expressamente que os relatórios sobre um ataque com mísseis a uma vila bielorrussa são um completo absurdo", assegurou a porta-voz do Ministério da Defesa da Bielorrússia, Inna Gorbachyova, citada pela agência de notícias estatal BelTA.
Após estas alegações das autoridades ucranianas, difundidas em vários canais da rede social Telegram, quer os meios de vigilância e reconhecimento do espaço aéreo, quer as tropas do Ministério de Situações de Emergência de serviço naquelas regiões confirmaram a informação, acrescentou.
Segundo o Ministério da Defesa bielorrusso, "a informação divulgada sobre os ataques no território da República da Bielorrússia é mais uma provocação e uma tentativa de agitar a sociedade bielorrussa".
A Rússia lançou a 24 de fevereiro uma ofensiva militar na Ucrânia que já causou pelo menos 549 mortos e mais de 950 feridos entre a população civil e provocou a fuga de 4,5 milhões de pessoas, entre as quais 2,5 milhões para os países vizinhos, segundo os mais recentes dados da ONU.
A invasão russa foi condenada pela generalidade da comunidade internacional que respondeu com o envio de armamento para a Ucrânia e o reforço de sanções económicas a Moscovo.