Comissão Europeia apresentará opções para intervir nos preços dos produtos alimentares
A Comissão Europeia comprometeu-se perante os 27 a apresentar daqui a duas semanas opções para intervir no mercado dos produtos alimentares e matérias-primas de forma a travar aumento de preços, disse hoje o primeiro-ministro português.
"A segunda dimensão que foi tida em conta tem a ver com os impactos desta crise em outros bens e a Comissão ficou encarregue de apresentar até ao próximo Conselho [Europeu] várias opções para intervenção no mercado dos produtos alimentares e de matérias-primas fundamentais para a cadeira alimentar, as rações, os fertilizantes e outros condicionantes do funcionamento da agroindústria", afirmou António Costa aos jornalistas em Versalhes, na conferência de imprensa após o fim do Conselho Europeu.
Os líderes dos 27 países da União Europeia estiveram reunidos nos últimos dois dias em Paris e, segundo a Declaração de Versalhes emitida no final do encontro, pediram à Comissão Europeia para melhorar a segurança alimentar do continente, numa altura em que se teme a escassez de alguns alimentos e matérias-primas, já que tanto a Rússia como a Ucrânia são grandes produtores de cereais.
Estes cereais são essenciais não só para a alimentação, mas também para produtos agropecuários como rações e fertilizantes.
Nos próximos dias 24 e 25 de março, os chefes de Governo dos 27 Estados-membros vão voltar a encontrar-se num Conselho Europeu que vai abordar também avanços nos campos da defesa comum e da energia, tendo em conta a evolução do conflito na Ucrânia e a possível abertura de Moscovo a negociar um cessar-fogo.
A Rússia lançou na madrugada de 24 de fevereiro uma ofensiva militar com três frentes na Ucrânia, com forças terrestres e bombardeamentos em várias cidades.
O Presidente russo, Vladimir Putin, justificou a "operação militar especial" na Ucrânia com a necessidade de desmilitarizar o país vizinho, afirmando ser a única maneira de a Rússia se defender e garantindo que a ofensiva durará o tempo necessário.
O ataque foi condenado pela generalidade da comunidade internacional, e a União Europeia e os Estados Unidos, entre outros, responderam com o envio de armas e munições para a Ucrânia e o reforço de sanções económicas para isolar ainda mais Moscovo.