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ONG alerta para rotura do 'stock' de medicamentos essenciais em hospitais moçambicanos

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Um relatório da organização não-governamental (ONG) moçambicana Centro de Integridade Pública alertou para a rotura do 'stock' de medicamentos essenciais em hospitais de Moçambique entre junho de 2021 e janeiro deste ano.

"O trabalho de campo permitiu constatar que, de uma forma geral, escasseiam medicamentos e artigos médicos essenciais nas unidades sanitárias do país", refere o relatório divulgada hoje pelo Centro de Integridade Pública (CIP).

Segundo a organização, que percorreu 10 unidades de saúde das províncias de Maputo, Gaza, Nampula, Cabo Delgado e Zambézia, a pesquisa mostrou a falta de soros para a correção de hipoglicemia, antidiabéticos orais, anti-hipertensivos, anestésicos e analgésicos.

"A situação faz com que os utentes que procuram os serviços públicos de saúde não recebam os medicamentos prescritos na quantidade certa e na hora certa e, desse modo, compromete o funcionamento normal das unidades", acrescenta o relatório.

Por outro lado, as unidades de saúde enfrentam a escassez de material médico, com destaque para algálias, seringas, cateteres, agulhas para anestesia, luvas, bem como equipamentos de laboratório.

"Profissionais de saúde entrevistados pelo CIP apontam que a falta de medicamentos, reagentes e outros materiais médicos tem estado a condicionar a marcação de cirurgias e consultas, colocado em risco a saúde e a vida dos pacientes, e a segurança dos profissionais deste setor", acrescenta.

A ONG considera que o problema é o resultado da ineficiência do funcionamento da logística farmacêutica do setor público de saúde moçambicano, bem como alegados esquemas de desvio e venda ilegal de medicamentos.

"Pese embora o Ministério da Saúde tenha apresentado alguma evolução na implementação de um pacote de reformas, ainda persistem os velhos problemas estruturais que se verificam nos processos de compra e distribuição, associados à falta de controlo nos depósitos finais, favorecendo esquemas de desvio e venda ilegal de medicamentos do serviço nacional de saúde", conclui a organização.