A Guerra Mundo

Putin ordena reforço militar na fronteira em resposta a ações da NATO

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O Presidente russo, Vladimir Putin, pediu hoje ao seu ministro da Defesa que apresente uma proposta para o reforço militar na fronteira ocidental da Rússia em resposta às ações da NATO no leste da Europa.

"O reforço das nossas fronteiras ocidentais devido às ações dos países da NATO (...) precisa de ser estudado e peço-lhe que me prepare um relatório", disse Putin ao ministro Serguei Shoigu, citado pela agência francesa AFP.

O pedido foi feito durante uma reunião do Conselho de Segurança da Rússia, parte da qual foi transmitida pela televisão russa.

"Com base nos resultados da sua discussão, tomaremos uma decisão apropriada num futuro próximo", disse Putin, segundo a agência oficial russa TASS.

A Organização do Tratado do Atlântico Norte (NATO) reforçou o seu flanco oriental com o envio de milhares de tropas para países do centro e do leste da Europa em resposta à invasão da Ucrânia, que a Rússia concretizou em 24 de fevereiro.

O ministro da Defesa afirmou na reunião que o comando das forças armadas russas está a trabalhar num plano que "está prestes a ser finalizado", segundo a TASS.

Esse plano incluirá um "sistema de mísseis avançados" e a redistribuição de "unidades de combate para proteger as fronteiras ocidentais", disse Shoigu.

O ministro da Defesa disse a Putin que o plano tem em consideração todas as medidas que o Ocidente tem estado a tomar para reforçar a presença militar junto às fronteiras ocidentais da Rússia.

"Há uma chegada de cada vez mais unidades novas todos os dias, elas estão a ser destacadas, e isto acontece tendo como pano de fundo o facto de nada as ameaçar neste caso", disse Shoigu, citado pela agência noticiosa oficial.

Na decisão mais recente para reforçar a presença militar da NATO perto da fronteira russa, a vice-presidente norte-americana, Kamala Harris, confirmou, na quinta-feira, a instalação de duas baterias de sistemas antimísseis Patriot na Polónia.

A presença crescente da NATO perto das fronteiras da Rússia, vista por Moscovo como uma ameaça à sua segurança, foi uma das razões usadas por Putin para justificar a invasão da Ucrânia.

Uma das exigências da Rússia para acabar com a crise é a retirada de forças e armamento da NATO dos países que fizeram parte da antiga União Soviética e que aderiram, entretanto, à Aliança Atlântica.

Entre os 30 países da NATO, a Polónia e os três Estados Bálticos (Estónia, Letónia e Lituânia) partilham fronteiras com a Rússia.

A Ucrânia faz fronteira com outros países da NATO, designadamente, Polónia, Eslováquia Hungria e Roménia.

A Rússia opôs-se sempre à entrada da Ucrânia na NATO, um objetivo consagrado na Constituição ucraniana, a par da adesão à União Europeia (UE).

O secretário-geral da NATO, Jens Stoltenberg, reafirmou hoje que a Aliança não pretende "uma guerra aberta com a Rússia", justificando desta forma a recusa em impor uma zona de exclusão aérea sobre a Ucrânia para proteger a população dos bombardeamentos russos.

A guerra na Ucrânia, que entrou hoje no 16.º dia, provocou um número por determinar de mortos e feridos, que poderá ser da ordem dos milhares, e a fuga do país de 2,5 milhões de pessoas, na pior crise do género na Europa desde a Segunda Guerra Mundial (1939-1945), segundo a ONU.