Comunidades Madeira

Deputado critica a “inadmissível” falta de ligações directas da Madeira com as comunidades

Carlos Fernandes, deputado do PSD-M foi o único parlamentar da Região presente na reunião do Conselho Regional das Comunidades Portuguesas na Europa

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Carlos Fernandes, deputado do PSD Madeira, confrontou hoje a secretária de Estado das Comunidades Portuguesas, Berta Nunes, sobre a falta de resposta nos consulados e a “inadmissível” falta de ligações aéreas directas por parte da TAP entre a Madeira e as comunidades portuguesas na Europa e não só, assim como, lamentou que o Programa Regressar que não abranja no seu todo as regiões autónomas.

Fê-lo perante o Conselho Regional das Comunidades Portuguesas na Europa, reunido em Lisboa, esta quinta e sexta-feira na Sala dos Concursos, no Ministério dos Negócios Estrangeiros, no âmbito dos 50 anos da criação da rede oficial do ensino de português no estrangeiro para portugueses e lusodescendentes.

A “preocupação” manifestada pelo parlamentar luso-venezuelano em relação ao funcionamento dos consulados foi reforçada com o bom exemplo do que tem sido a actuação da Direcção Regional das Comunidades e Cooperação Externa, organismo criado em 2019 e que desde então "tem tido uma aproximação muito grande com as nossas comunidades espalhadas pelo mundo”, apontou.

Já em relação às ligações aéreas por parte da TAP “cujo sócio maioritário é o Estado”, vincou o quão “é importantíssimo que nós tenhamos ligações aéreas com as nossas comunidades”, quer na Europa como fora da Europa, dando como exemplo a “inadmissível” inexistência de “ligação aérea directa da Madeira para Londres e Paris”, tendo em conta a vasta comunidade que todos os anos é obrigada a recorrer a outras companhias para visitarem a Madeira.

Sobre o Programa Regressar que “não abrange totalmente as regiões autónomas”, ficou o reparo e a constatação que a Madeira nos últimos anos acolheu “o regresso de mais de 10 mil madeirenses e luso-descendentes que estavam na Venezuela”.

Antes, fez questão de deixar claro que “nós na Madeira e, principalmente, no PSD Madeira temos uma preocupação muito grande com todas as nossas comunidades” ao reafirmar a “portugalidade”, mas também a “madeirensidade” dessas comunidades.

Filho de madeirenses nascido na Venezuela, Carlos Fernandes destacou o grande desenvolvimento da Região nas últimas décadas, desenvolvimento para o qual também muito contribuíram “os portugueses que saíram e não deixaram a sua terra, continuaram a ajudar, continuaram a demonstrar que podiam exercer a sua portugalidade mesmo à distância”, para concluir que “a Madeira também foi construída por madeirenses que saíram e nunca esqueceram a sua terra, pois continuaram a investir nesta sua terra”.

Porque o tema deste encontro é os 50 anos da criação da rede oficial do ensino de português no estrangeiro para portugueses e lusodescendentes, considerou que esta deve continuar a ser uma preocupação das autoridades.

“Não podemos perder o ensino do Português nas nossas comunidades portuguesas, porque já lá vão três, quatro e cinco gerações. É muito importante que os netos e bisnetos de portugueses continuem a aprender a língua das suas origens”, manifestou com inevitável sotaque, característica que enriquece a língua de Camões.