Ciclone Gombe deixa distritos costeiros incontactáveis no norte de Moçambique
Os distritos costeiros da província de Nampula, norte de Moçambique, estão incontactáveis desde que foram atingidos, esta madrugada, pelo ciclone Gombe, disse hoje à Lusa fonte da proteção civil.
"Os distritos ficaram incontactáveis" e as equipas que estão na região ainda não podem avançar para o terreno por falta de condições de segurança, uma vez que o ciclone continua ativo, referiu fonte oficial do Centro Nacional Operativo de Emergência (Cenoe).
"O fenómeno continua a fustigar os distritos, não há energia, não há comunicações via telefone e é isso que está a dificultar a informação sobre o real impacto" da tempestade, acrescentou.
As equipas do Instituto Nacional de Gestão de Desastres (INGD) estão prontas a aguardar "orientações do Instituto Nacional de Meteorologia (INAM) de que podem ir para o terreno".
A tempestade Gombe chegou à costa moçambicana pelas 03:00 (01:00 em Lisboa) na categoria de ciclone intenso com chuva torrencial e vento de 165 quilómetros por hora, com rajadas superiores a 200, anunciou o centro meteorológico francês da ilha de Reunião.
Aquele centro que vigia os ciclones no sudoeste do oceano Índico, indica que o Gombe entrou em terra entre as povoações de Mogincual e Terrene, 50 quilómetros a sul da Ilha de Moçambique, na província de Nampula, a mais povoada do país.
Naquela província vive um quinto dos cerca de 30 milhões de moçambicanos.
A zona continua sob chuva e vento ciclónicos à medida que a tempestade avança em direção à cidade de Nampula, capital provincial (150 quilómetros para o interior), onde as condições meteorológicas têm estado a degradar-se desde a madrugada, disseram residentes à Lusa.
A tempestade Gombe atinge Moçambique dois anos depois de os ciclones Idai e Kenneth terem fustigado, respetivamente, as regiões centro e norte do país naquela que foi uma das mais severas épocas chuvosas de que há memória.