A Guerra Mundo

Rússia convoca Conselho de Segurança da ONU para discutir alegadas armas químicas

Foto EPA/JUSTIN LANE
Foto EPA/JUSTIN LANE

A Rússia convocou na quinta-feira uma reunião do Conselho de Segurança da ONU para discutir as suas alegações de "atividades biológicas militares dos Estados Unidos no território da Ucrânia".

Este pedido russo, divulgado através da rede social Twitter durante a tarde de quinta-feira pelo vice-embaixador da ONU, Dmitry Polyansky, surge no seguimento do repúdio e rejeição por parte da administração norte-americana, liderada por Joe Biden, das acusações de Moscovo.

O Kremlin acusou os Estados Unidos de financiarem um programa de armas biológicas na Ucrânia, afirmando ter encontrado provas nesse sentido em laboratórios ucranianos, noticia a agência Associated Press (AP).

Entretanto, a ONU já veio assegurar que não tem quaisquer provas da existência de tais programas ilegais, e Washington acusou Moscovo de "espalhar intencionalmente" teorias da conspiração e mentiras.

O porta-voz do Departamento de Estado norte-americano, Ned Price, referiu, em comunicado, que esta "desinformação russa é um absurdo total e não é a primeira vez que a Rússia inventa tais falsas alegações contra outro país".

Em causa está a tentativa da Rússia de justificar as "suas próprias ações horríveis na Ucrânia" através da invenção de falsos pretextos, segundo Price.

Washington salientou ainda que é a Rússia que tem programas ativos de armas químicas e biológicas e viola a Convenção sobre Armas Químicas e Armas Biológicas.

Os Estados Unidos acreditam ainda que esses tipos de alegações por parte da Rússia se prolonguem no tempo, considerando tratar-se de uma "manobra óbvia da Rússia para tentar justificar mais ataques premeditados, não provocados e injustificados" à Ucrânia.

Nesse sentido, a porta-voz da Casa Branca, Jen Psaki, alertou que a Rússia pode estar a preparar-se para "usar armas químicas ou biológicas na Ucrânia", depois das acusações de Moscovo.

A porta-voz classificou as alegações russas como "absurdas" e observou que funcionários do Governo chinês também ecoaram as "teorias da conspiração" da Rússia.

"Agora que a Rússia fez essas falsas alegações, e a China aparentemente defendeu essa propaganda, todos nós devemos estar atentos a que Rússia possivelmente use armas químicas ou biológicas na Ucrânia ou crie uma operação de bandeira falsa para utilizá-las. É um padrão claro", sustentou.

A Rússia lançou na madrugada de 24 de fevereiro uma ofensiva militar na Ucrânia que causou pelo menos 516 mortos e mais de 900 feridos entre a população civil e provocou a fuga de mais de 2,1 milhões de pessoas para os países vizinhos, segundo os mais recentes dados da ONU.

A invasão russa foi condenada pela generalidade da comunidade internacional que respondeu com o envio de armamento para a Ucrânia e o reforço de sanções económicas a Moscovo.