Carta para a Paz

Nunca uma guerra será o ingrediente para conquistar a paz. Porque será que os conflitos são argumentados e utilizados como formula para alcançar a paz? O que se está passando atualmente leva-nos a pensar que o preço para alcançar a paz tem um custo demasiado elevado quando na realidade vivemo-lo dia a dia de certa forma quase que integrados na sua genes quer seja através dos meios de comunicação ou até nas opiniões e comentários de cada quem nas suas páginas das redes sociais queremos ser participantes ativos deste conflito que nos abala a todos. Mas porque o espoletar destas revoltas quando na realidade todos perdem? Desde sempre o ser humano na ambição e na ânsia de poder mostrou que a sua insatisfação, a sua avareza, a ambição desmedida o leva por vezes a não olhar às consequências das suas devastadoras atitudes e incoerências pondo em causa o essencial da humanidade; a sua segurança, a sua liberdade e a própria vida. Dentro de cada um de nós há sempre um despertar interesse em ser o elo mais forte mesmo que muitas das vezes prejudique a integridade de outros que no mesmo patamar estejam a competir para o mesmo objetivo. Quando se esperava que a solidariedade, a esperança, a cooperação, a caridade, o espírito de entreajuda fosse despertar com a pandemia, parece que o egoísmo, o individualismo, a inveja e a ganância fizeram da humanidade os seres mais perversos do planeta. Será que o globalismo retirou o sentimento de paz e fraternidade entre povos mesmo de diferentes culturas ou um choque cultural fez abalar as estruturas duma sociedade ambígua e reconvertida à escravatura de valores que não aqueles em que realmente acreditam? Em cada lar e em cada família pilar da sociedade, a harmonia, o bom senso, o respeito e a dignidade deveriam ser o modelo de sustentabilidade duma comunidade, duma região, dum país da nação, dum continente e do mundo no seu todo. Por isso para que não possamos estar à espera da paz após um conflito seja ele verbal, psicológico ou bélico estaremos cada um de nós com capacidade a disponibilizarmo-nos para que sejamos a pedra angular construtora duma verdadeira paz permanente e duradoira com que possamos confiar aos nossos descendentes um futuro com o qual nós próprios sonhamos, mas que não somos capazes de sequer colocar as suas bases solidificadas com o nosso próprio esforço. Aquilo que em tempo chamou-se de guerra fria, com o decorrer dos anos tornou-se numa paz quente onde cada vez mais se alimenta o conflito e incendeia o coração de humanos sem qualquer tipo de humanismo, mas parecendo querer voltar à sua origem de seres selvagens. Para mudar o mundo teremos de começar por nós mudando de atitude, por isso será que chega a hora de deixar o nosso legado como os verdadeiros precursores da paz?

A.J.Ferreira