A Guerra Mundo

Homem mais rico da Ucrânia e ex-pró Rússia denuncia "crimes contra a humanidade"

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Foto Handout / SYSTEM CAPITAL MANAGEMENT / AFP

O homem mais rico da Ucrânia, Rinat Akhmetov, ex-pró russo, denunciou hoje "crimes contra a humanidade contra os ucranianos" praticados, segundo disse, pelo exército da Rússia.

"O que está a acontecer [na Ucrânia] é um crime de guerra e um crime contra a humanidade contra a Ucrânia e os ucranianos", disse Akhmetov, em entrevista à revista Forbes, insistindo que "isso não pode ser explicado ou justificado".

Para este ex-deputado ucraniano, uma "vitória" sobre a Rússia corresponderia a "um cessar-fogo e a uma retirada total das tropas russas da Ucrânia, e a restauração das fronteiras reconhecidas pelo direito internacional, que inclui a Crimeia", península ucraniana anexada pela Rússia e territórios no leste da Ucrânia que estavam sob o controlo de separatistas pró-Rússia desde 2014.

Classificado em 327º lugar na lista da Forbes de maiores fortunas mundiais, com uma fortuna estimada em 5,5 mil milhões de dolares, Rinat Akhmetov é presidente do clube de futebol Shakhtar Donetsk desde 1996 e fundador da SCM Holdings, empresa que atua principalmente na indústria do aço, energia, mas também indústria do carvão e metalurgia.

Akhmetov também foi durante anos o principal patrocinador financeiro do Partido das Regiões de Viktor Yanukovych, um presidente pró-Rússia deposto após a revolução Maidan pró-europeia em 2014.

O homem mais rico da Ucrânia também elogiou "a ação unida do mundo ocidental" para apoiar a Ucrânia desde a invasão russa em 24 de fevereiro, enquanto alertava os ocidentais que "todos os países livres eram alvos potenciais" para Vladimir Putin.

"Se a Ucrânia cair, ninguém sabe quem será o próximo país a ser invadido", alertou.

Sobre as suas atividades na Ucrânia, o oligarca explicou que "em tempos de guerra", "concentram-se a ajudar as pessoas", mas também "o exército (...) para defender a soberania, a liberdade e a independência".

Akhmetov, que diz que ainda está na Ucrânia, anunciou o seu regresso ao país após um apelo de Volodymyr Zelensky lançado em meados de fevereiro, pouco antes do início da invasão russa.

O oligarca indicou "não ter contatos" com russos ricos desde o início desta guerra.