Moscovo anuncia corredores humanitários diários para a Rússia
A Rússia disse hoje que vai abrir corredores humanitários todos os dias para permitir que os refugiados ucranianos cheguem a território russo, enquanto Kiev pede passagens que permitam a retirada de civis dentro da Ucrânia.
"Anunciamos oficialmente que os corredores humanitários para a Federação Russa vão ser abertos unilateralmente, sem coordenação, todos os dias a partir das 10:00 [07:00, em Lisboa]", disse o Ministério da Defesa russo, segundo agências de notícias russas.
Os corredores virados para "outras direções serão negociados com o lado ucraniano", acrescentou.
Hoje, as autoridades da Ucrânia abriram mais sete corredores humanitários para retirar os civis de algumas das cidades mais importantes do país, atacadas pelas forças russas.
As travessias que passaram a ser seguras estão localizadas em Mariupol, uma das cidades do sudeste da Ucrânia que mais tem sofrido com o cerco russo, além de Volnovaja, Izium, Sumi, Trostianets e Krasmopil.
As autoridades também se estão a esforçar para garantir rotas seguras para a saída da população das cidades em redor da capital: Bucha, Borodianka, Irpin e Gostomel, indicou a vice-primeira-ministra e ministra para a Reintegração dos Territórios Temporariamente Ocupados da Ucrânia, Iryna Vereshchuk, citada pela agência nacional ucraniana Ukrinform.
Vereshchuk adiantou que a evacuação das cidades de Trostianets, Krasnopillia e Sumi será realizada na direção de Poltava, através de autocarros e de automóveis.
Além disso, a retirada de pessoas de Mariupol na direção de Zaporizhzhia, enquanto as de Volnovakha serão direcionadas para Pokrovsk e as de Izium para Lozova.
A ministra também explicou que todos os cidadãos que permanecem nas cidades vizinhas à capital, fortemente bombardeadas pelas tropas russas, serão transferidos para Kiev.
A abertura destes corredores humanitários foi acordada pela Rússia e pela Ucrânia na terceira ronda de negociações na Bielorrússia.
A questão dos corredores tem estado em cima da mesa desde o início das negociações, mas a sua concretização tem sido difícil devido a ataques que ambos os lados alegam ter sofrido por parte do exército adversário.
Desde que a invasão russa começou, a 24 de fevereiro, mais de dois milhões de ucranianos fugiram da Ucrânia para países vizinhos como a Polónia, a Moldova, a Eslováquia ou a Roménia, segundo a ONU.