A Guerra Mundo

Macron condena "ato de guerra" em Mariupol e admite pessimismo sobre via diplomática

None
Foto EPA/IAN LANGSDON

O Presidente francês disse hoje que o bombardeamento de uma maternidade em Mariupol, no leste da Ucrânia, é "um ato de guerra indigno e imoral" por parte da Rússia, declarando-se "pessimista" em relação a potenciais soluções diplomáticas do conflito.

"Tal como todos, senti-me transtornado por estas imagens, em pleno centro da cidade uma maternidade foi bombardeada. Mulheres e crianças foram novamente mortas e armas profundamente letais são usadas sem discernimento. A França condena firmemente um ato de guerra indigno e imoral", declarou Emmanuel Macron, em declarações aos jornalistas à entrada da cimeira europeia informal, que hoje arrancou em Versalhes.

Macron acolhe hoje no Palácio de Versalhes um Conselho Europeu informal organizado pela presidência francesa do Conselho da União Europeia (UE), que vai durar até sexta-feira.

O encontro será focado na política de defesa e energia da UE, por força da ofensiva russa na Ucrânia, que teve início em 24 fevereiro.

Horas antes do início da cimeira informal, o Presidente francês, Emmanuel Macron, e o chanceler alemão, Olaf Scholz, exigiram ao Presidente russo, Vladimir Putin, um cessar-fogo imediato na Ucrânia, durante uma conversa telefónica.

Nas mesmas declarações aos jornalistas, Macron manifestou-se "preocupado" e "pessimista" com a evolução do conflito, admitindo que não vê soluções diplomáticas a curto prazo.

"A curto prazo, não vejo uma solução diplomática, nem nas próximas horas, nem nos próximos dias, mas vamos voltar a falar com o Presidente Putin nos próximos dias, espero. É por isso que luto, mas não podemos tomar uma decisão no lugar das duas partes", declarou o chefe de Estado francês.

Para esta cimeira, Emmanuel Macron espera que os 27 afinem posições nas áreas da energia e da defesa, que permitam avançar com decisões fortes nas próximas semanas, com um novo Conselho Europeu a acontecer já no final do mês de março.

O líder francês antecipa ainda a realização de um Conselho Europeu extraordinário para o fim de maio.

"A Europa tem de mudar, ela já mudou com a pandemia e vai continuar a mudar ainda mais e com mais força devido à guerra", declarou o Presidente francês.

Os líderes dos 27, entre os quais o primeiro-ministro António Costa, vão designadamente discutir, no histórico Palácio de Versalhes, formas de reduzir a dependência europeia do petróleo e do gás russo e como lidar com o aumento dos preços da energia.

O encontro também será focado no reforço das capacidades de defesa da UE, a duas semanas do Conselho Europeu formal, de 24 e 25 de março em Bruxelas, no qual é esperada a adoção da "Bússola Estratégica", o documento orientador da nova política europeia de defesa e segurança.