Moscovo acusa Pentágono de financiar pesquisas sobre armas biológicas
O Ministério da Defesa da Rússia acusou hoje os Estados Unidos de financiarem um programa de armas biológicas na Ucrânia, dizendo ter encontrado evidências nesse sentido em laboratórios ucranianos.
"O objetivo desta pesquisa biológica financiada pelo Pentágono na Ucrânia era criar um mecanismo para a disseminação furtiva de patógenos mortais", disse o porta-voz do ministério, Igor Konashenkov, no seu 'briefing matinal' sobre o conflito na Ucrânia.
De acordo com o porta-voz, Moscovo recuperou "documentos apresentados por funcionários de laboratórios ucranianos", evocando "a transferência de biomateriais humanos levados na Ucrânia para países estrangeiros a pedido de representantes americanos".
Igor Konachenkov também citou um "projeto americano sobre a transferência de patógenos por aves selvagens migratórias entre a Ucrânia e a Rússia e outros países vizinhos".
Assegurou igualmente que os Estados Unidos planeiam "realizar trabalhos sobre patógenos de aves, morcegos e répteis na Ucrânia em 2022", bem como sobre a "possibilidade de propagação da peste suína africana e do antraz".
"Nos laboratórios estabelecidos e financiados na Ucrânia, os documentos mostram que as experiências foram realizadas com amostras de coronavírus de morcego", disse o porta-voz russo.
Tanto os Estados Unidos como a Ucrânia negaram a existência de laboratórios destinados à produção de armas biológicas no país, que enfrenta uma ofensiva russa liderada por dezenas de milhares de soldados desde 24 de fevereiro.
A Rússia já havia acusado em 2018 os Estados Unidos de realizarem secretamente experiências biológicas num laboratório na Geórgia, outra ex-república soviética.
A Rússia lançou na madrugada de 24 de fevereiro uma ofensiva militar na Ucrânia que causou pelo menos 516 mortos e mais de 900 feridos entre a população civil e provocou a fuga de mais de 2,1 milhões de pessoas para os países vizinhos, segundo os mais recentes dados da ONU.
A invasão russa foi condenada pela generalidade da comunidade internacional que respondeu com o envio de armamento para a Ucrânia e o reforço de sanções económicas a Moscovo.