Ministros russo e ucraniano na Turquia para conversações de paz
O Ministro dos Negócios Estrangeiros russo, Sergei Lavrov, e o homólogo ucraniano, Dmytro Kuleba, chegaram hoje à Turquia para a primeira reunião a este nível desde que a Rússia invadiu a Ucrânia.
Responsáveis de Kiev e Moscovo já se reuniram em outras ocasiões, mas esta é a primeira vez que a Rússia envia um ministro para as conversações sobre a crise.
Dmytro Kuleba chegou à cidade turca de Antalya "para conversações sobre a cessação das hostilidades e o fim da guerra travada contra a Ucrânia pela Rússia", escreveu, na rede social Twitter, o porta-voz do Ministério dos Negócios Estrangeiros ucraniano, na quarta-feira à noite.
As conversações entre Kiev e Moscovo resultaram até agora em cessar-fogos e na abertura de corredores humanitários para retirar civis de cidades sitiadas, mas a Rússia tem sido acusada de violar os acordos.
Kuleba já afirmou que as expetativas eram limitadas, uma vez que a Rússia mantém uma campanha de bombardeamentos e um cerco às grandes cidades.
Por outro lado, defendeu que o êxito das conversações ia depender das "instruções e orientações dadas a Lavrov" pelo Kremlin.
As conversações ilustram os esforços do Presidente turco, Recep Tayyip Erdogan, para desempenhar um papel de mediador desde o início da crise.
"Estamos a trabalhar para evitar que esta crise se transforme numa tragédia", disse Erdogan na quarta-feira.
"Espero que a reunião entre os ministros prepare o caminho para um cessar-fogo permanente", acrescentou.
Nesta reunião, o ministro dos Negócios Estrangeiros turco, Mevlut Cavusoglu, juntar-se-á aos ministros russos e ucranianos. Na qualidade de membro da NATO, a Turquia quer manter relações fortes com ambas as partes, apesar do conflito.
Esta é a primeira viagem de Lavrov ao estrangeiro desde que a Rússia foi atingida por duras sanções internacionais e pelas quais é diretamente visado.
A Rússia lançou na madrugada de 24 de fevereiro uma ofensiva militar na Ucrânia que causou pelo menos 516 mortos e mais de 900 feridos entre a população civil e provocou a fuga de mais de 2,1 milhões de pessoas para os países vizinhos, segundo os mais recentes dados da ONU.
A invasão russa foi condenada pela generalidade da comunidade internacional que respondeu com o envio de armamento para a Ucrânia e o reforço de sanções económicas a Moscovo.