Arábia Saudita acaba feira de armamento com contratos produção de armas 7 MMEuro
A Arábia Saudita, o maior importador de armas do mundo, encerrou hoje a sua primeira Feira Mundial de Defesa, na qual assinou contratos com empresas estrangeiras para procurar produzir internamente metade das suas necessidades de armamento até 2030.
Em contexto de arrefecimento das suas relações com os EUA, o seu principal aliado internacional, os sauditas assinaram ao longo dos quatro dias do certame contactos no valor de quase sete mil milhões de euros.
Empresas asiáticas, principalmente chinesas e sul-coreanas, foram das principais contratantes.
Durante esta primeira edição da feira, que Riade quer realizar de dois em dois anos, os sauditas contratam com empresas como a norte-americana Lockheed Martin ou a chinesa Norinco a produção no país produtos como lançadores de mísseis de interceção, drones, veículos blindados ou sistemas de visão noturna.
Estiveram presentes na feira 600 expositores de mais de 80 países.
No período 2016-2020, a Arábia Saudita aumentou em 61% as suas compras no setor da defesa, em relação ao quinquénio anterior, e em 2020 foi mesmo o maior importador de armas do mundo, segundo o Instituto Internacional de Estudos sobre a Paz, de Estocolmo (SIPRI).
O Banco Mundial quantificou as compras sauditas naquele ano em 53 mil milhões de euros.
Entretanto, o assassinato do jornalista saudita Jamal Khashoggi, em outubro de 2018, no consulado saudita em Istambul, arrefeceu a relação com os EUA, onde faz 73% dos gastos de armamento.
Um relatório dos serviços de informação dos EUA, divulgado em 2021, responsabiliza o príncipe herdeiro saudita e governante de facto do país Mohamed bin Salman, pelo crime, em resultado do que o presidente dos EUA, Joe Biden, deixou de o considerar interlocutor válido.
Para mis, Biden decidiu acabar com o apoio à intervenção militar da Arábia Saudita, à frente de uma coligação de vários Estados, na gura civil do Iémen, que incluía o fornecimento de armas.