Nicolás Maduro telefonou a Vladimir Putin para expressar apoio à Rússia
O Presidente da Venezuela, Nicolás Maduro, telefonou hoje ao seu homólogo Vladimir Putin, para expressar-lhe "forte apoio", seis dias depois de a Rússia invadir militarmente a vizinha Ucrânia, informou o Governo de Moscovo.
"Numa conversa telefónica, o Presidente Nicolás Maduro expressou um 'forte apoio' à Rússia, condenou as ações desestabilizadoras dos EUA e da NATO e salientou a importância de combater a campanha de mentiras e desinformação lançada pelos países ocidentais", explica uma mensagem do Ministério dos Negócios Estrangeiros (MNE) russo, na rede social Twitter.
O telefonema teve lugar "por iniciativa da parte venezuelana" e, durante a conversação, segundo o MNE da Rússia "o Presidente Vladimir Putin e o Presidente Nicolás analisaram, por telefone, o desenvolvimento da parceria estratégica russo-venezuelana, assim como a implementação de projetos conjuntos".
"Ambos os líderes concordaram em manter contactos a vários níveis", concluiu.
Numa outra mensagem, o ministro dos Negócios Estrangeiros russo, Sergey Lavrov, refere que "a Rússia está comprometida com as suas obrigações em matéria de não proliferação de armas de destruição maciça e está a tomar todas as medidas necessárias para impedir que apareçam armas nucleares e tecnologias afins na Ucrânia".
Na sexta-feira, a Venezuela pediu uma resolução pacífica do conflito Rússia-Ucrânia, depois da ofensiva militar russa em várias localidades ucranianas, acusando a NATO e os Estados Unidos da América (EUA) de violarem os acordos existentes.
Caracas disse ainda condenar as sanções internacionais contra a Rússia, por afetarem os direitos humanos do povo russo, enquanto a oposição venezuelana criticou o apoio de Caracas à Rússia e as alegadas intenções russas de usar a Venezuela com fins bélicos para pressionar os EUA.
O Presidente Nicolás Maduro manifestou em 17 de fevereiro apoio à Rússia perante as ameaças ocidentais.
"A Rússia conta com todo o apoio da República Bolivariana da Venezuela na luta que está a travar para dissipar as ameaças da NATO [Organização do Tratado do Atlântico Norte] e do mundo ocidental. A Rússia conta com todo o apoio para dissipar todas as ameaças e para que continue a ser um território de paz", disse Maduro em Caracas, durante uma visita do vice-primeiro-ministro da Rússia, Yuri Ivanovich Borisov.
"As relações entre a Rússia e a Venezuela cada vez adquirem maior nível estratégico, maior qualidade e profundidade no seu resultado e maior força histórica", adiantou.
Segundo a imprensa local as relações entre Caracas e Moscovo ntensificaram-se durante o mandato do falecido líder socialista Hugo Chávez (presidiu ao país entre 1999 e 2013), que em agosto de 2008 apoiou a Rússia durante a guerra com a Geórgia.
Durante o seu Governo, Hugo Chávez adquiriu armamento e equipamento militar à Rússia.
Atualmente, a Venezuela, governada por Nicolás Maduro, possui, entre outros, acordos de cooperação militar, cultural, energética e tecnológica, com a Rússia.
A Rússia lançou na quinta-feira de madrugada uma ofensiva militar na Ucrânia, com forças terrestres e bombardeamento de alvos em várias cidades, que já mataram mais de 350 civis, incluindo crianças, segundo Kiev. A ONU deu conta de mais de 100 mil deslocados e mais de 660 mil refugiados na Polónia, Hungria, Moldova e Roménia.
O Presidente russo, Vladimir Putin, disse que a "operação militar especial" na Ucrânia visa desmilitarizar o país vizinho e que era a única maneira de a Rússia se defender, precisando o Kremlin que a ofensiva durará o tempo necessário.
O ataque foi condenado pela generalidade da comunidade internacional e a União Europeia e os Estados Unidos, entre outros, responderam com o envio de armas e munições para a Ucrânia e o reforço de sanções para isolar ainda mais Moscovo.