Governo britânico alivia condições de acesso a refugiados
O Governo britânico aliviou hoje as condições para concessão de vistos a ucranianos com familiares no Reino Unido, mas continua a ser criticado de falta de generosidade com os refugiados.
A ministra do Interior, Priti Patel, revelou que os britânicos e os residentes do Reino Unido poderiam trazer os familiares próximos que moram na Ucrânia, pedindo um visto de um ano que permite trabalharem sem ter que atender às condições de idioma ou salário.
Certos controlos de segurança serão também preteridos e o programa inclui membros da família alargada, "de pais a avós, filhos adultos e irmãos" ou ucranianos sem família no Reino Unido que sejam patrocinados por indivíduos, organizações não-governamentais ou empresas.
Em visita hoje à Polónia, Boris Johnson estimou que o Reino Unido poderá permitir receber até 200.000 pessoas.
Londres atraiu críticas nos últimos dias por alegada falta de generosidade em receber os ucranianos, especialmente em comparação com a União Europeia.
O secretário de Estado da Imigração britânico, Kevin Foster, causou indignação no último fim de semana ao sugerir na rede social Twitter que os ucranianos poderiam ser bem-vindos como trabalhadores sazonais, mensagem que apagou mais tarde.
Hoje, o líder do Partido Trabalhista, Keir Starmer, afirmou que "o Governo e a ministra não foram longe o suficiente" e defendeu uma forma mais simples de pedir refúgio.
Segundo Priti Patel, as novas oportunidades anunciadas são "muito generosas, extensas e inéditas", mas a ministra recusou-se a levantar todos os controlos por razões de segurança.
A UE pretende permitir que todos os refugiados ucranianos que chegam atualmente com passaportes possam permanecer no seu território até três anos e trabalhar.
A Rússia lançou na quinta-feira de madrugada uma ofensiva militar na Ucrânia, com forças terrestres e bombardeamento de alvos em várias cidades, que já mataram mais de 350 civis, incluindo crianças, segundo Kiev. A ONU deu conta de mais de 100 mil deslocados e mais de 660 mil refugiados na Polónia, Hungria, Moldova e Roménia.
O Presidente russo, Vladimir Putin, disse que a "operação militar especial" na Ucrânia visa desmilitarizar o país vizinho e que era a única maneira de a Rússia se defender, precisando o Kremlin que a ofensiva durará o tempo necessário.
O ataque foi condenado pela generalidade da comunidade internacional e a União Europeia e os Estados Unidos, entre outros, responderam com o envio de armas e munições para a Ucrânia e o reforço de sanções para isolar ainda mais Moscovo.