Embaixadas europeias em Timor-Leste saúdam apoio do país
O embaixador da União Europeia em Díli liderou hoje uma delegação diplomática que agradeceu ao primeiro-ministro Taur Matan Ruak o apoio de Timor-Leste à resolução do Conselho de Segurança da ONU sobre a Ucrânia.
"Encontramo-nos para expressar o nosso apreço ao apoio de Timor-Leste à resolução de sexta-feira do Conselho de Segurança e a reafirmar a nossa posição sobre a invasão ilegal russa da Ucrânia", disse o embaixador europeu, Andrew Jacobs, em declarações à Lusa.
"Apelamos igualmente a Timor-Leste para continuar a ser um parceiro com ideias semelhantes às nossas nesta matéria e para continuar a pressionar para a Rússia parar a sua ação", afirmou.
Andrew Jacobs explicou à Lusa que além dele próprio participaram no encontro o embaixador da Nova Zelândia Philip Hewitt, o encarregado de negócios, Thomas Daley, a encarregada de negócios da embaixada de Portugal, Cláudia Gonçalves e a representante da França no país.
O recém-acreditado embaixador australiano em Díli, Bill Costello, também era para participar no encontro, mas esteve reunido imediatamente antes com Taur Matan Ruak, no seu primeiro encontro entre ambos.
A ministra dos Negócios Estrangeiros timorenses, Adaljiza Magno, divulgou um curto comunicado na sua página no Facebook em que refere que "Timor-Leste está muito preocupado com a situação atual na Ucrânia".
"Exortamos todas as partes envolvidas no conflito a concordarem com um cessar-fogo imediato e a procurarem uma solução diplomática. Como nação que regressou das cinzas de uma ocupação forçada, Timor-Leste reconhece que a guerra não traz benefícios a ninguém", refere.
"A independência da Ucrânia deve ser respeitada", conclui.
Jacobs explicou que Taur Matan Ruak se mostrou "muito sensível" à situação na Ucrânia, tendo em conta a história de Timor-Leste que foi invadido e ocupado pela indonésia durante 24 anos, até 1999.
A Rússia lançou na quinta-feira de madrugada uma ofensiva militar na Ucrânia, com forças terrestres e bombardeamento de alvos em várias cidades, que já mataram mais de 350 civis, incluindo crianças, segundo Kiev. A ONU deu conta de mais de 100 mil deslocados e quase 500 mil refugiados na Polónia, Hungria, Moldova e Roménia.
O Presidente russo, Vladimir Putin, disse que a "operação militar especial" na Ucrânia visa desmilitarizar o país vizinho e que era a única maneira de a Rússia se defender, precisando o Kremlin que a ofensiva durará o tempo necessário.
O ataque foi condenado pela generalidade da comunidade internacional e a União Europeia e os Estados Unidos, entre outros, responderam com o envio de armas e munições para a Ucrânia e o reforço de sanções para isolar ainda mais Moscovo.