China inicia retirada dos seus cidadãos do país
A China retirou da Ucrânia o primeiro grupo de cidadãos chineses, incluindo 200 estudantes, residentes em Kiev, e outros 400 em Odessa, e planeia retirar hoje mais mil chineses do país, segundo a embaixada chinesa.
Os estudantes foram primeiro retirados para a Moldávia, onde chegaram após seis horas de carro, detalhou a chancelaria, citada pelo jornal oficial Global Times.
Segundo a embaixada da China, outros países vizinhos, como a Moldávia, Roménia, Eslováquia, Hungria e Polónia, vão ajudar os cidadãos chineses a entrar no seu território, garantindo-lhes temporariamente a entrada sem visto.
Na sexta-feira, a embaixada publicou um comunicado sobre a retirada dos cerca de 6.000 cidadãos chineses radicados na Ucrânia.
A China tem mantido uma posição ambígua em relação ao conflito. Pequim insiste no "respeito pela integridade territorial de todos os países", mas diz entender as "legítimas exigências de segurança" da Rússia.
O país asiático absteve-se, na sexta-feira passada, na votação de uma resolução a condenar a Rússia, no Conselho de Segurança das Nações Unidas.
O ministro dos Negócios Estrangeiros da China, Wang Yi, explicou nos últimos dias que a estabilidade de um país "não pode ser conseguida à custa da de outros", embora os seus porta-vozes tenham evitado referir-se às ações russas com a palavra "invasão".
Em 4 de fevereiro, os presidentes russo e chinês, Vladimir Putin e Xi Jinping, anunciaram, após reunião em Pequim, a entrada das relações bilaterais numa "nova era", e sublinharam o bom estado das relações entre a Rússia e a China.
A Rússia lançou na quinta-feira de madrugada uma ofensiva militar na Ucrânia, com forças terrestres e bombardeamento de alvos em várias cidades, que já mataram mais de 350 civis, incluindo crianças, segundo Kiev. A ONU deu conta de mais de 100 mil deslocados e quase 500 mil refugiados na Polónia, Hungria, Moldova e Roménia.
O Presidente russo, Vladimir Putin, disse que a "operação militar especial" na Ucrânia visa desmilitarizar o país vizinho e que era a única maneira de a Rússia se defender, precisando o Kremlin que a ofensiva durará o tempo necessário.
O ataque foi condenado pela generalidade da comunidade internacional e a União Europeia e os Estados Unidos, entre outros, responderam com o envio de armas e munições para a Ucrânia e o reforço de sanções para isolar ainda mais Moscovo.