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Polícia vai interrogar mais de 50 pessoas sobre festas em Downing Street

Foto: EPA/ANDY RAIN
Foto: EPA/ANDY RAIN

A polícia de Londres vai interrogar, esta semana, por questionário, mais de 50 pessoas sobre as festas que decorreram em Downing Street entre 2020 e 2021, violando as restrições impostas face à covid-19.

Conforme anunciou hoje Scotland Yard, em comunicado, os contactos serão feitos, sobretudo, por e-mail, devendo os visados explicar a sua participação nos eventos ocorridos entre 20 de maio de 2020 e 16 de abril de 2021.

A polícia não divulgou quem são as pessoas que vão ser interrogadas.

No âmbito desta operação, os investigadores estão também a analisar mais de 500 documentos e 300 imagens.

A Scotland Yard avançou ainda que, nos próximas dias, mais pessoas podem ser contactadas, caso se justifique.

No entanto, ressalvou que apesar de serem contactadas, estas pessoas só serão alvo de coimas se a investigação determinar que as regras relativas à covid-19 foram quebradas, "sem uma justificação razoável".

O primeiro-ministro, Boris Johnson, terá participado em, pelo menos, um desses eventos.

Também hoje, o 'The Mirror' divulgou uma foto do primeiro-ministro num evento realizado em dezembro de 2020, em Downing Street, juntamente com três colaboradores, que mostrava uma garrafa de champanhe aberta e um pacote de batatas fritas.

Em 03 de fevereiro, quatro altos funcionários do governo do primeiro-ministro britânico renunciaram aos cargos, na sequência do caso das "festas" em Downing Street.

Depois do diretor de comunicação do governo, Jack Doyle, e da conselheira, Munira Mirza, terem pedido a demissão, o chefe de gabinete, Dan Rosenfield, e o secretário particular do Primeiro-ministro, Martin Reynolds, também abandonaram as suas funções.

Apesar das pressões, no final de janeiro, o primeiro-ministro recusou demitir-se devido à sua participação em ajuntamentos, prometendo "corrigir" os problemas.

"Primeiro, quero pedir desculpas. Lamento muito pelas coisas que simplesmente não fizemos bem e lamento muito pela forma como este assunto foi tratado", disse, à data, numa declaração no Parlamento.

Porém, reconheceu, "não basta pedir desculpas". "Este é um momento em que devemos olhar-nos no espelho e aprender".