Ainda as Legislativas
Só por cegueira ideológica, facciosismo político ou estupidez , não se reconhece em António Costa uma enorme capacidade política e resiliência, ao ter conseguido vencer as recentes eleições por maioria absoluta. Também, é difícil entender os que afirmam que os portugueses não queriam esta maioria. Trata-se de negar a evidência, só vendo aquilo em que acreditam, e uma estranha maneira de interpretar a democracia.
Interessa, agora, é estar atento ao que António Costa vai fazer com essa maioria, nomeadamente as reformas que tardam em quase todas as áreas da governação. Acresce o facto de estar a receber da EU a famosa “bazuca”. Não tem desculpas, tem maioria parlamentar, tem dinheiro. Condições que só teve Cavaco Silva, durante os 10 anos que governou, com maioria e com os rios de dinheiro, que começavam a entrar no nosso país, provenientes da, então, CEE. Que reformas fez ele nesses anos de mandato? Que me recorde só a das finanças, pela mão de Miguel Cadilhe que, curiosamente, algum tempo depois desapareceu da cena política. Estaria a fazer sombra a Cavaco Silva? Mas isso é outra história que se perde na bruma do tempo.
Neste momento, importa que António Costa forme um governo, em que a competência e seriedade sejam os principais atributos de quem escolher, e não a filiação partidária ou a amizade. Tem uma tarefa hercúlea à sua frente e para a cumprir, apesar da maioria parlamentar que o apoia, não deve dispensar o diálogo com outras forças políticas e organizações da sociedade civil, cujos contributos possam enriquecer o seu programa de governo, não desvirtuando a sua matriz social-democrata, com um forte componente social.
O julgamento pelos portugueses será implacável.
António Macedo