UE saúda o levantamento de algumas sanções dos EUA impostas contra o Irão
A União Europeia (UE) saudou hoje o levantamento de algumas sanções impostas contra o Irão pelos Estados Unidos, que considerou uma "medida útil", embora para Teerão não seja suficiente.
Nabila Nassrali, porta-voz da Comissão Europeia para os Negócios Estrangeiros, disse à agência Efe que a decisão da administração dos Estados Unidos de conceder isenções para certas atividades de cooperação nuclear civil com o Irão era "bem-vinda".
Esta decisão da administração do democrata Joe Biden "permitirá a aceleração dos projetos nucleares civis (por exemplo, o projeto de modernização do reator Arak e a conversão do reator Fordow) no Irão, o que trará benefícios consideráveis de não-proliferação", afirmou.
Especificamente, estas isenções das sanções dos Estados Unidos permitirão a outros países e empresas estrangeiras trabalhar em projetos civis no reator de água pesada de Arak, no reator de investigação de Teerão e na central nuclear de Bushehr.
Além disso, Nassrali acrescentou que, "no contexto das negociações em curso, as renúncias nucleares também contribuirão para desenvolver soluções técnicas para que o Irão regresse ao pleno cumprimento dos seus compromissos (JCPOA)", uma vez que o acordo nuclear de 2015 é conhecido.
As negociações de Viena, que estão a ser conduzidas entre o Irão e o grupo 4+1 (França, Reino Unido, China e Rússia, mais a Alemanha) e com a participação indireta dos Estados Unidos, têm duas vertentes interligadas: como levantar as sanções e como trazer de volta o programa nuclear do Irão, dentro dos limites do acordo de 2015.
O ministro dos Negócios Estrangeiros iraniano, Hosein Amir Abdolahian, disse hoje que as medidas da administração de Washington no levantamento das sanções impostas contra o Irão são boas, mas não suficientes.
"O levantamento de algumas sanções pode, no verdadeiro sentido da palavra, ser traduzido como a sua boa vontade. Os americanos falam sobre isso, mas deve saber-se que o que está a acontecer no papel é bom, mas não suficiente", sublinhou Abdolahian.