Madeira

Albuquerque critica "fragmentação da Direita" e teme futuro "medíocre" com o PS

O presidente do Governo Regional da Madeira analisou os resultados das legislativas em entrevista ao semanário 'Nascer do Sol'

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"O futuro com o Partido Socialista será medíocre e de regressão". É deste modo que o  presidente do Governo Regional da Madeira, Miguel Albuquerque, vê o novo ciclo político liderado por António Costa, que pode ser o mais longo da democracia portuguesa. A culpa é da "fragmentação da Direita", sublinha o líder regional numa entrevista publicada hoje, dia 5 de Fevereiro, no semanário 'Nascer do Sol', onde analisa os resultados das eleições legislativas.

"Houve uma concentração do voto útil à Esquerda no Partido Socialista e a Direita fragmentou-se, com o PSD a não conseguir federar as forças de Direita e liderá-las", sustenta Albuquerque. À liderança de Rui Rio aponta falta de objectividade em definir o centro, deixando "órfão" o eleitorado à sua direita.

Quem está há muitos anos na política, como eu, sabe que a opção com o centro é uma opção que tem de ser acompanhada por uma estratégia. Ou seja, temos de perceber que o centro determina as maiorias, mas o centro de determinadas maiorias não pode levar a que os eleitores de Direita se sintam órfãos. E o papel do PSD era federar e liderar essa Direita. Há cerca de dois anos, toda a gente achou escandaloso quando eu disse que o PSD deveria dialogar com todos os partidos à sua Direita. 

Rejeitando o politicamente correcto, considera que à Direita em Portugal falta para coragem para demarcar-se.

"Parece que a Direita em Portugal precisa de pedir desculpa por ser aquilo que é", atira, defendendo um diálogo com as "forças anti-socialistas", que não exclui o Chega.

"Não precisamos de concordar coma prisão perpétua para podermos dialogar".

Sobre o motivo que levou o arquipélago a manter-se imune à dominância do PS, com uma margem de cerca de 10 mil votos, diz que "[na Madeira] não temos nenhum complexo de Esquerda e, portanto, fazemos uma política que tem sido assente no apoio à recuperação económica, ao crescimento económico, à empregabilidade, e esse é o papel que o PSD tem de fazer".

Nós, enquanto Governo Regional, denunciamos a situação de o PS estar 19 anos no Governo e de Portugal estar a ser ultrapassado, em termos de crescimento económico e de PIB per capita, por todos os seus principais concorrentes europeus, incluindo a maioria dos países de Leste que aderiram à União Europeia depois de Portugal. A maior taxa de crescimento que tivemos foi no decurso de 10 anos com Cavaco Silva e depois foi um desastre. Tivemos 20 anos de crescimento 0,5%, ou quase nulo. A economia não se pode concentrar no Estado, tem que se concentrar no apoio às empresas, no empreendedorismo, no apoio a quem cria riqueza e a quem investe. E também na atracção do investimento estrangeiro que é fundamental. É tudo ao contrário, não se pode redistribuir aquilo que não se cria. Aqui federamos o espaço do centro-direita. 

Quanto ao futuro líder do PSD, diz-se "farto de políticos de capoeira que não ganham eleições" e reconhece protagonismo em (Ricardo) Rio, Moedas e Carreiras no futuro dos sociais-democratas. Rejeita uma eventual candidatura e diz que quer cumprir mais um mandato na Madeira.