Fim-de-semana de perdição
- Amigo, que se passa contigo? Vejo-te tão combalido.
- Nem te conto, nem te digo, há muito tempo que não me sentia tão confrangido.
Foi a derrota do Benfica, mais a do Marítimo e depois a vitória desse socialismo!
- Realmente, - como dizia minha avó- é muita carga para um homem só!
- Acredita, não é coisa para rir, só Deus é que sabe os sapos que tive de engolir!
- Qualquer pessoa imagina, mas agora o que tens a fazer é dar a volta por cima.
- Já estou tentando e com ajuda de Deus sinto que me vou arribando.
- Assim é que gosto de te ouvir falar. No fundo, o que aconteceu já era de esperar.
O Benfica perder, já faz parte do nosso viver. O Marítimo, ainda assim, cumpriu com a sua missão, ao pôr o Porto, por períodos, a andar com as “calças na mão”, e quanto à vitória dos Socialistas, em parte, só veio nos dar razão.
Se a maioria das pessoas está bem, ia votar em quem?
- Mas dizem que cada vez há mais pobres no País, que os males não são cortados pela raiz, que as famílias estão encalacradas, até ao pescoço endividadas, que a corrupção prolífera, como as flores na primavera, na saúde, gente para ser operada continua meses à espera, mais as discriminações sociais existentes, que fazem lembrar outros tempos e tanta outra coisa que se lê, que se ouve e se vê.
- Amigo, isso são tudo vozes e escritos da “reação “ que não têm credibilidade, nem razão. Se o povo, na sua maioria, votou no Partido Socialista, é porque, Graças a Deus, está bem de vida!
- Vendo por esse prisma, meu amigo, tenho de estar de acordo contigo. Ninguém de posse do seu juízo, se estivesse mal, daria uma “maioria absoluta” a qualquer que fosse o partido.
- Exatamente. Estás a ver como a gente já se entende?
Sabes, lá no tempo de minha avó – quando o povo nem era inteligente, nem esperto e a maioria analfabeto - é que se via o País entregue a um homem só, agora, graças a Deus, Nosso Senhor, em cada casa há pelo menos um doutor, daí com um outro modo de pensar e, como agora é possível, de votar.
- Sim, realmente não devemos ter qualquer preocupação, Portugal tem estado e continuará a estar em boas mãos.
-Agora, o que me tem posto a cabeça à nora, e me deixou alguma tristeza, foi o que aconteceu com os partidos democráticos da Extrema-esquerda.
- Nem me fales nisso. Até pareceu um castigo. Mas se da Assembleia da Republica tinham sido corridos, então podíamos dizer que o País estava perdido.
- Ainda bem que foi o CDS que saiu e o CHEGA só elegeu 12 deputados, se a DIREITA tinha ganho, estávamos tramados.
- É verdade. Os governos “fascistas” da Espanha, Itália, França, Inglaterra, Alemanha, ao lado dos Estados Unidos já tinham estado reunidos e tomado uma decisão final, que era de apoiarem uma ditadura de direita em Portugal.
- Aquilo é que são uns malvados. Ainda bem que a campanha que fizemos de medo – no bom sentido – de pôr o povo apavorado, deu os frutos desejados.
- Agora só nos resta pedir que Deus esteja do nosso lado!
Juvenal Pereira