Produto Interno Bruto nacional pode crescer 10% no 1.º trimestre
Os economistas do ISEG projetam que o Produto Interno Bruto (PIB) português cresça cerca de 10%, em termos homólogos, no primeiro trimestre deste ano, ainda que muito influenciado pelo período de comparação.
Na síntese de conjuntura de janeiro, o grupo de análise económica do ISEG prevê que "a variação homóloga do PIB, com o contributo de um efeito base bastante pronunciado, deverá rondar 10%" no primeiro trimestre do ano.
A estimativa é influenciada pela "expectativa de que até ao final do trimestre a crise sanitária tende a melhorar e as restrições de atividade a diminuir", mas sobretudo pelo efeito base, uma vez que o primeiro trimestre de 2021 foi marcado pelo segundo confinamento, com grande impacto para a produção trimestral.
"Por isso, bastará que o PIB do 1.º trimestre de 2022 seja igual ao do trimestre anterior (ou seja, que se registe uma variação em cadeia nula) para que a variação homóloga do PIB no 1.º trimestre atinja cerca de 9%", indicam.
O grupo de economistas estima ainda que, com o levantamento das restrições de atividade, o crescimento em cadeia "continue positivo, ainda que em desaceleração face ao 4.º trimestre de 2021".
A análise recorda que, de acordo com a estimativa rápida do Instituto Nacional de Estatística (INE), no quarto trimestre do ano passado, a economia portuguesa cresceu 1,6% em relação ao trimestre anterior e 5,8% em termos homólogos, acima do esperado.
"Na prática, o impacto económico das restrições de dezembro foi limitado e restringido a alguns setores de serviços, enquanto nos restantes setores a dinâmica de crescimento que caracterizou outubro e novembro se manteve", referem os economistas, sublinhando que Portugal terá sido economicamente menos afetado na quarta vaga do que nas anteriores quando comparado com alguns pares europeus.
Neste sentido, exemplificam que, "em termos de crescimento face ao trimestre anterior, Portugal desacelera relativamente menos do que outros países, alguns dos quais voltam a decrescer em termos trimestrais (nomeadamente, Alemanha e Áustria)".