Kiev diz que apoio do Ocidente trava "intimidação de Moscovo"
O chefe da diplomacia ucraniana, Dmytro Kuleba, saudou hoje o apoio ocidental a Kiev perante o receio de uma invasão russa, considerando que essa atitude permite travar a "estratégia de intimidação" de Moscovo.
Nos últimos dias, o Governo ucraniano recebeu visitas dos líderes britânico, polaco, turco e holandês, preparando-se para receber, na terça-feira, o Presidente francês, Emmanuel Macron.
"O desfile de delegações estrangeiras que visitam a Ucrânia impede que a Rússia agrave ainda mais a situação de vantagem, do ponto de vista da segurança", disse Dmytro Kuleba, durante uma conferência de imprensa.
"Apesar das ameaças... os nossos aliados acreditam na Ucrânia. E isso significa que a estratégia de intimidação de Moscovo não funciona. A Rússia perdeu esse jogo", explicou o ministro dos Negócios Estrangeiros ucraniano.
O Ocidente acusa a Rússia de se preparar para invadir a Ucrânia, um país já dilacerado por uma guerra civil no Leste entre as forças de Kiev e separatistas pró-russos apoiados por Moscovo.
A Rússia nega a intenção bélica, mas condiciona qualquer medida para diminuir a tensão a garantias para a sua segurança, incluindo que a Ucrânia nunca será membro da NATO e que a aliança retirará as suas forças para as posições de 1997, distanciando-se do território russo.
Na quinta-feira, Washington garantiu ter provas -- embora não as apresentasse - de que Moscovo se prepara para divulgar um vídeo falso de um ataque ucraniano, para servir de pretexto para invadir a Ucrânia.
Dmytro Kuleba disse ter sido previamente informado por Washington da divulgação desta informação, que "não surpreende" Kiev.
"Desde 2014 que assistimos a muitas ações insidiosas da Rússia. Moscovo não hesita em tentar falsificar as situações e culpa a Ucrânia", explicou o chefe da diplomacia ucraniana.
De acordo com o Pentágono, a Rússia pretende divulgar "um vídeo de propaganda muito violento, que mostraria cadáveres e atores a fazer o papel de enlutados, bem como imagens de lugares destruídos com equipamentos militares ucranianos ou ocidentais".