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EUA acusam Rússia de querer multiplicar presença militar na Bielorrússia

Foto EPA/BELARUSIAN DEFENCE MINISTRY PRESS SERVICE
Foto EPA/BELARUSIAN DEFENCE MINISTRY PRESS SERVICE

Os Estados Unidos acusaram quinta-feira a Rússia de manter a escalada do conflito ucraniano ao pretender multiplicar a sua presença militar na Bielorrússia para os 30.000 militares.

Segundo a porta-voz da Casa Branca, Jen Psaki, Moscovo tem 5.000 militares na fronteira entre a Bielorrússia e a Ucrânia e pretende multiplicar esse número para 30.000.

Psaki, que falava aos jornalistas durante uma viagem a Nova Iorque, apontou que esta atitude é "claramente uma escalada do conflito e não uma desescalada".

A NATO também alertou na quinta-feira que Moscovo continua a acumular militares e equipamento na Bielorrússia, atingindo o número mais alto dos últimos 30 anos.

"Nos últimos dias, assistimos a um movimento significativo de forças militares russas para a Bielorrússia. Este é o maior destacamento russo para o país desde a Guerra Fria", disse secretário-geral da Organização do Tratado do Atlântico Norte (NATO), Jens Stoltenberg, em Bruxelas, citado pela AP.

Stoltenberg admitiu que o número de tropas russas na Bielorrússia pode ser aumentado para 30.000 efetivos, com o apoio de forças especiais, caças de combate, mísseis balísticos de curto alcance Iskander e sistemas de defesa antimísseis terra-ar S-400.

O governo liderado pelo Presidente dos Estados Unidos Joe Biden está a manter "diálogos" com o Congresso para aprovar sanções económicas contra a Rússia em caso de invasão à Ucrânia, acrescentou a porta-voz da Casa Branca.

"Temos discussões muito próximas com membros do Congresso sobre essa intenção. Acreditamos que um pacote de sanções económicas tenha um efeito dissuasor, como já estamos a assistir nos mercados russos", sustentou.

Questionada sobre a proximidade entre Pequim e Moscovo perante esta crise, Psaki assegurou que a China "sabe" que um possível conflito no leste europeu "teria impacto nos seus interesses em todo o mundo".

A porta-voz da Casa Branca revelou ainda que os Estados Unidos e a China mantêm "contatos diplomáticos regulares" sobre a crise ucraniana.

O Ocidente acusa a Rússia de ter concentrado dezenas de milhares de tropas na fronteira com a Ucrânia para invadir novamente o país, depois de ter anexado a península ucraniana da Crimeia, em 2014.

Moscovo nega essa intenção, mas condiciona o desanuviamento da crise a exigências que diz serem necessárias para garantir a sua segurança, incluindo garantias de que a Ucrânia nunca será membro da NATO.

Os Estados Unidos anunciaram na quarta-feira o envio de 3.000 soldados para países aliados da Europa Oriental, na fronteira com a Ucrânia, embora tenham esclarecido que não consideram atualmente como "iminente" a invasão russa.

Moscovo pediu na quinta-feira aos Estados Unidos para que não agravem as tensões e garantiu que tomará medidas perante os planos de Washington em enviar um contingente militar adicional para a Europa Oriental.