'Baltazar Dias' apresenta conversa sobre lutas sindicais femininas
No próximo dia 9 de Fevereiro, no âmbito da apresentação do espectáculo 'Monólogo de uma mulher chamada Maria com a sua patroa' - que estará em cena no Teatro Municipal Baltazar Dias (TMBD), nos dias 11 e 12 de Fevereiro - Sara Barros Leitão, Maria Ganança e Conceição Ramos estarão presentes numa conversa pública, intitulada 'Lutas Sindicais Femininas'.
Esta conversa terá como mote as lutas sindicais (uma das temáticas principais do espectáculo) sendo que quer a Conceição Ramos, como a Maria Ganança, tiveram papéis cruciais em algumas das várias lutas sindicais femininas. A moderação da conversa estará a cargo de Sara Barros Leitão-
O evento - de entrada gratuita - terá lugar, pelas 18 horas, na Praça Colombo, em frente ao 'Museu A Cidade do Açúcar', no Funchal.
Sara Barros Leitão, actriz e encenadora, partiu da criação do primeiro Sindicato do Serviço Doméstico em Portugal para a concepção deste espectáculo, que promete levar ao palco do Baltazar Dias a história, "ainda pouco conhecida, pouco contada, pouco reconhecida, pouco valorizada, do trabalho das mulheres, do seu poder de organização, reivindicação e mudança".
É a história das mulheres que limpam o mundo, das mulheres que cuidam do mundo, das mulheres que produzem, educam e preparam a força de trabalho. Esta é a história do trabalho invisível que põe o mundo a mexer.
Neste seguimento, Sara Barros Leitão retrata a história da organização sindical das trabalhadoras de serviço doméstico, a partir da vida de Conceição Ramos, fundadora do primeiro sindicato de trabalhadoras de serviço doméstico, e outras tantas mulheres. Conceição Ramos foi durante 17 anos empregada doméstica e durante 6 anos dirigente do Sindicato das Trabalhadoras do Serviço Doméstico.
Maria Ganança participou nas principais lutas pela conquista de direitos das trabalhadoras domiciliárias, sobretudo bordadeiras. É uma das poucas pessoas vivas que participou na denominada Revolta das Águas, ou Luta das Águas, na Lombada da Ponta do Sol. Lutou, com apenas 16 anos, contra a PIDE, para que a água de rega roubada aos agricultores da Lombada lhes fosse devolvida. Esteve também na Luta pelo pagamento justo da cana-de-açúcar.
Fez parte da Direção do Sindicato dos Bordados, do Conselho Regional da União dos Sindicatos da Madeira e do seu departamento feminino. Fez parte de diversas parcerias internacionais tendo dado formação a bordadeiras na Madeira e em Cabo Verde. Esteve, em representação da sua estrutura sindical, na India na Turquia e noutros países aos quais ajudou a levar o nome do Bordado Madeira.