Brasil condena tentativa de golpe na Guiné-Bissau e solidariza-se com Sissoco Embaló
O Governo brasileiro condenou a tentativa de golpe armando na Guiné-Bissau e solidarizou-se com o Presidente guineense, Umaro Sissoco Embalo, num comunicado divulgado na noite de quarta-feira.
"A tentativa de golpe armado na Guiné-Bissau, debelada, foi motivo de extrema preocupação para o Brasil", diz nota publicada pelo Ministério das Relações Exteriores brasileiro.
"Ao condenar qualquer ato de tomada do poder pela violência, o Governo brasileiro solidariza-se com as famílias das vítimas do ataque e manifesta apoio ao Presidente Umaro Sissoco Embaló na preservação da normalidade institucional naquele país irmão", concluiu o mesmo documento.
Vários tiros foram ouvidos na terça-feira junto ao Palácio do Governo da Guiné-Bissau onde decorria um Conselho de Ministros, com a presença do Presidente da República, Umaro Sissoco Embaló, e do primeiro-ministro, Nuno Nabiam.
A tentativa de golpe de Estado já foi condenada pela União Africana, pela Comunidade dos Países de Língua Portuguesa (CPLP), através da presidência angolana, pela Comunidade Económica dos Estados da África Ocidental (CEDEAO), pelo secretário-geral das Nações Unidas, António Guterres, por Portugal e por vários outros países.
Em declarações aos jornalistas ao início da noite de terça-feira, no Palácio da Presidência, o Presidente guineense afirmou ter-se tratado de um "ato bem preparado e organizado" que poderá também estar ligado a "gente relacionada com o tráfico de droga".
O ataque terá provocado 11 mortos entre militares, paramilitares, insulgentes e civis, segundo declarações proferidas nesta quarta-feira pelo porta-voz do Governo guineense, Fernando Vaz.
A Guiné-Bissau é um dos países mais pobres do mundo, com cerca de dois terços dos 1,8 milhões de habitantes a viverem com menos de um dólar por dia, segundo a ONU.
Desde a declaração unilateral da sua independência de Portugal, em 1973, sofreu quatro golpes de Estado e várias outras tentativas que afetaram o desenvolvimento do país.