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Conselho de Segurança da ONU pede "cessação imediata" da violência em Myanmar

Foto: EPA/STRINGER
Foto: EPA/STRINGER

O Conselho de Segurança da ONU apelou hoje, numa declaração aprovada por unanimidade, à "cessação imediata de todas as formas de violência" em Myanmar (antiga Birmânia) e à ida ao país de um emissário "o mais rápido possível".

Os 15 Estados-membros do Conselho, especifica o órgão num comunicado, esperam que um responsável da Associação de Nações do Sudeste Asiático (ASEAN) visite o país "o mais rápido possível para se reunir com todas as partes interessadas e realizar uma mediação que facilite o processo de diálogo, bem como a prestação de ajuda humanitária".

Elaborado pelo Reino Unido, o texto foi aprovado no âmbito do primeiro aniversário do Golpe de Estado em Myanmar, em 01 de fevereiro de 2021.

A declaração sublinha a profunda preocupação do Conselho com a "nova violência recente no país" e o "grande número de pessoas deslocadas".

O Conselho pede que "a segurança dos civis" seja garantida, já que mais de 1.500 pessoas foram mortas na repressão realizada pelas forças armadas birmanesas desde o golpe, segundo uma organização não governamental (ONG) local.

O Camboja detém a presidência rotativa da ASEAN e o seu ministro dos Negócios Estrangeiros, Prak Sokhonn, foi nomeado mediador desta organização para Myanmar.

No documento, o Conselho de Segurança congratula-se com a nomeação e manifesta o "apoio ao seu papel e aos seus esforços diplomáticos para iniciar um diálogo construtivo entre todas as partes interessadas".

No início de janeiro, Prak Sokhonn deslocou-se a Myanmar com o primeiro-ministro cambojano, Hun Sem, para uma visita controversa durante a qual os dois governantes se encontraram com a junta militar.

Os críticos então alertaram para o risco de legitimar a junta e minar os esforços para isolar os generais.

Em comunicado, o Conselho de Segurança pede a libertação da ex-líder civil Aung San Suu Kyi e do presidente Win Myint, expressando a sua "profunda preocupação com a continuidade do estado de emergência imposto na Birmânia pelo Exército em 01 de fevereiro de 2021, e as suas graves consequências".

Mais uma vez, pede uma transição democrática no país e reitera "a necessidade de acesso humanitário total, seguro e desimpedido a todas as pessoas necessitadas", bem como "proteção do pessoal médico e humanitário".

A última declaração unânime do Conselho de Segurança datava de 29 de dezembro, quando condenou um massacre de 24 de dezembro atribuído ao Exército birmanês no leste de Myanmar.

O Conselho de Segurança já havia pedido o fim imediato da violência e a garantia da segurança dos civis.