Bielorrússia pronta para negociações Moscovo-Kiev
As autoridades bielorrussas anunciaram hoje estarem prontas para receber as negociações previstas entre a Rússia e a Ucrânia, embora as delegações ainda não tenham chegado, no quinto dia da invasão lançada por Moscovo.
"O local para as conversações Rússia-Ucrânia na Bielorrússia está pronto e estamos à espera das delegações", disse o Ministério dos Negócios Estrangeiros bielorrusso na rede social Facebook.
A mensagem estava acompanhada por uma fotografia da sala de conferências, com uma longa mesa com uma dúzia de cadeiras de cada lado e as bandeiras dos três países ao fundo.
A Ucrânia concordou no domingo com a ideia de negociações com a Rússia, embora tenha dito que "não estava muito confiante" de que poderiam pôr fim à invasão russa lançada na manhã de quinta-feira.
As conversações entre as delegações ucraniana e russa estão agendadas para a fronteira entre a Ucrânia e a Bielorrússia, apesar de a Bielorrússia estar a ser utilizada como base recuada pelas forças de Moscovo para o ataque a Kiev.
As conversações terão lugar "sem condições prévias", de acordo com a Ucrânia, que garantiu não pretender capitular.
Kiev indicou que o Presidente da Bielorrússia, Alexander Lukashenko, aliado do chefe de Estado russo, Vladimir Putin, prometeu o equipamento militar (aviões, helicópteros e mísseis) russos estacionados em território bielorrusso, permaneceriam no terreno durante a chegada, as negociações e a partida da delegação ucraniana.
A Rússia lançou na quinta-feira de madrugada uma ofensiva militar na Ucrânia, com forças terrestres e bombardeamento de alvos em várias cidades, que já mataram pelo menos 352 civis, incluindo crianças, segundo Kiev. A ONU deu conta de perto de 370 mil deslocados para a Polónia, Hungria, Moldávia e Roménia.
O Presidente russo, Vladimir Putin, disse que a "operação militar especial" na Ucrânia visa desmilitarizar o país vizinho e que era a única maneira de a Rússia se defender, precisando o Kremlin que a ofensiva durará o tempo necessário.
O ataque foi condenado pela generalidade da comunidade internacional e a União Europeia e os Estados Unidos, entre outros, responderam com o envio de armas e munições para a Ucrânia e o reforço de sanções para isolar ainda mais Moscovo.