Activistas russos continuam a manifestar-se nas ruas apesar das detenções
Ativistas russos contra a guerra continuaram hoje a manifestar-se nas ruas, de Moscovo à Sibéria, protestando contra a invasão da Ucrânia pela Rússia, apesar das detenções de centenas de manifestantes ocorridas nos últimos dias.
Os manifestantes exibiram cartazes e marcharam pelos centros de várias cidades russas gritando "Não à Guerra!", num dia em que o Presidente da Rússia, Vladimir Putin, mandou colocar em alerta máximo as forças de dissuasão, que podem incluir a componente nuclear.
Os protestos contra a invasão da Ucrânia começaram na quinta-feira em várias cidades russas e têm-se realizado diariamente desde então, apesar da atuação da polícia para reprimir as manifestações e das detenções diárias de centenas de pessoas.
Segundo a agência Associated Press (AP), os protestos de hoje aparentaram ser mais pequenos do que os que ocorreram na quinta-feira, primeiro dia do ataque da Rússia à Ucrânia, quando milhares de pessoas se manifestaram em Moscovo e em São Petersburgo, sendo difícil conhecer a sua verdadeira dimensão.
Em São Petersburgo, onde dezenas de pessoas ocuparam hoje o centro da cidade, a polícia de choque arrastou vários manifestantes para carros policiais, embora a manifestação tenha sido pacífica, afirma a AP.
A agência noticiosa norte-americana cita fontes da OVD-Info, organização de defesa dos direitos humanos que rastreia detenções políticas, segundo as quais a polícia deteve pelo menos 356 russos em 32 cidades que acolheram hoje manifestações contra a guerra.
A Rússia lançou na quinta-feira de madrugada uma ofensiva militar na Ucrânia, com forças terrestres e bombardeamento de alvos em várias cidades, que já provocaram cerca de 200 mortos, incluindo civis, e mais de 1.100 feridos, em território ucraniano, segundo Kiev. A ONU deu conta de perto de 370 mil deslocados para a Polónia, Hungria, Moldávia e Roménia.
O Presidente russo, Vladimir Putin, disse que a "operação militar especial" na Ucrânia visa desmilitarizar o país vizinho e que era a única maneira de a Rússia se defender, precisando o Kremlin que a ofensiva durará o tempo necessário.
O ataque foi condenado pela generalidade da comunidade internacional e motivou reuniões de emergência de vários governos, incluindo o português, e da Organização do Tratado do Atlântico Norte (NATO), UE e Conselho de Segurança da ONU, tendo sido aprovadas sanções em massa contra a Rússia.