A exemplo do verificado com os cidadãos ucranianos retidos na Região, o Governo Regional da Madeira está também a acompanhar a situação dos cidadãos russos que deveriam hoje ter regressado a casa. Situação agora adiada por tempo indeterminado consequência do encerramento do espaço aéreo em muitos países da Europa, Portugal incluído, situação que fez regressar a Moscovo, ao início da tarde, o avião que tinha como destino a Madeira para realizar o repatriamento dos turistas russos que estão há uma semana na Região.

“Fomos também surpreendidos com a impossibilidade do voo que vinha de Moscovo chegar à Madeira” começou por admitir Eduardo Jesus, secretário regional do Turismo e Cultura, constrangimento ocorrido em virtude “dos vários espaços aéreos na Europa que se estão a fechar para os voos russos e a consequência é esta dificuldade de circulação dos voos daquele país”.

O governante madeirense garante estar a acompanhar a situação “juntamente com o operador e com o DMC (Destination Managment Company)”, e reitera que o governo “vai naturalmente fazer tudo o que está ao seu alcance para que estas pessoas fiquem bem acolhidas e que sejam criadas as melhores condições para o seu regresso. É essa a nossa missão enquanto destino turístico, é desta forma que tratamos qualquer um, independentemente do país de origem”, assegura.

Critica contudo o ‘silêncio’ da Embaixada da Rússia em Portugal na possível solução alternativa que está a ser preparada e ainda incerta devido à incapacidade de resposta da embaixada em Lisboa.

“Tentamos envolver a Embaixada da Rússia [em Lisboa], mas infelizmente sem sucesso. A embaixada não está a dar resposta às nossas solicitações”, lamentou. Ainda assim reitera que “não vamos naturalmente deixar que os cidadãos da Rússia fiquem desprotegidos de hoje até amanhã”.

A expectativa é que até esta segunda-feira haja solução alternativa. “Amanhã queríamos encontrar uma nova solução, eventualmente passando por um outro país por onde o espaço aéreo ainda permita depois a ligação à Rússia, é nessa frente que estamos neste momento a trabalhar”, revelou.

Desta forma Eduardo Jesus sublinha que “está novamente o Governo empenhado, como fez com os cidadãos da Ucrânia, em criar todas as condições a estes cidadãos de Rússia e fazer com que possam regressar a casa numa alternativa que está a ser estudada e está a ser preparada, eventualmente para amanhã, se tudo correr bem”.

Esta é para já a garantia que diz ser possível ser dada, e só não é mais concreta porque o Governo Regional deparou-se que a Embaixada da Rússia está “sem capacidade de resposta” o que “dificulta a montagem de uma operação que fosse mais conclusiva e mais imediata, mas a Madeira está sempre atenta e interessada no melhor desfecho”, concretizou.

O DIÁRIO tentou obter esclarecimentos junto da Embaixada da Federação da Rússia em Lisboa, mas os contactos foram infrutíferos.