A Guerra Mundo

Áustria, Canadá e Espanha também fecham espaços aéreos a aviões russos

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A Áustria, país neutro que não integra a NATO, Canadá e Espanha vão fechar os seus espaços aéreos aos aviões russos a partir da tarde de hoje, uma medida já tomada por muitos países da União Europeia (UE), incluindo Portugal.

No que respeita à Áustria, a informação foi avançada pela ministra da Mobilidade, Energia e Proteção Climática, a ambientalista Leonore Gewessler, numa declaração na sua conta na rede social Twitter.

"A Áustria fecha o seu espaço aéreo aos aviões russos" a partir da tarde de hoje, escreveu, acrescentando tratar-se de uma "decisão aacabada de tomar" pelo governo.

Os "aviões registados na Rússia ou pertencentes a cidadãos russos ou por eles fretados já não devem entrar no espaço aéreo austríaco nem aterrar nos aeroportos austríacos", precisou a ministra, acrescentando que Viena sempre disse "muito claramente" que iria "responder de forma consistente e decisiva à invasão russa", constituindo o encerramento do espaço aéreo "uma parte importante desta resposta".

No início do dia, a ministra tinha assinalado no Twitter o apoio do seu governo ao encerramento, mas disse que preferia esperar por uma adoção unânime da medida pela União Europeia.

Também o Canadá está a fechar o espaço aéreo "a todos os operadores aéreos russos", numa reação à invasão da Ucrânia pelas tropas de Vladimir Putin, anunciou hoje, no Twitter, o ministro dos Transportes, Omar Alghabra.

O Canadá é o segundo maior país do mundo depois da Rússia e junta-se à grande maioria dos países europeus que fecharam o espaço aéreo a empresas russas.

"Vamos responsabilizar a Rússia pelos seus ataques não provocados à Ucrânia", acrescentou Alghabra.

Apesar de não existirem atualmente voos diretos entre aeroportos canadianos e russos, a decisão poderá tornar muito mais difícil para a companhia aérea russa Aeroflot voar da Rússia para os EUA e outros países americanos através dos céus canadianos.

"O governo do Canadá proíbe a operação no espaço aéreo canadiano de uma aeronave que seja propriedade, fretada ou operada por interesses russos" assim como "aviões privados operados por interesses russos" disse Valerie Glazer, diretora de comunicações do ministro dos Transportes, à agência noticiosa France-Presse.

O mesmno anúncio foi avançado pelo Ministério dos Transportes, Mobilidade e Agenda Urbana de Espanha.

Fontes do ministério espanhol consultadas pela agência espanhola Efe explicaram que ainda não foi decidido quando ocorrerá o encerramento efectivo, pois aguardam a reunião desta tarde dos ministros dos Negócios Estrangeiros da União Europeia.

O que preveem é que será nas "próximas horas", embora tenham especificado que o encerramento imediato nunca poderá ser decretado, uma vez que poderá haver alguns voos em trânsito.

Com esta medida, a Espanha junta-se aos restantes países europeus que já fecharam o seu espaço aéreo, tais como Portugal, Alemanha, França, Itália, Holanda, Noruega, Finlândia, Islândia, Suécia, Dinamarca, os países Bálticos - Estónia, Letónia e Lituânia - Roménia, Eslovénia, Reino Unido, Polónia, República Checa e Bulgária.

Fontes da Aena explicaram à Efe que hoje as companhias aéreas russas Aeroflot e Siberia Airlines suspenderam 12 voos regulares da capital russa, Moscovo, para vários aeroportos da rede espanhola.

Destes, dois foram para Barajas (Madrid), quatro para Barcelona, dois para Málaga, três para Alicante e um para Valência.

A Rússia lançou na quinta-feira de madrugada uma ofensiva militar na Ucrânia, com forças terrestres e bombardeamento de alvos em várias cidades, que já provocaram cerca de 200 mortos, incluindo civis, e mais de 1.100 feridos, em território ucraniano, segundo Kiev. A ONU deu conta de perto de 370 mil deslocados para a Polónia, Hungria, Moldávia e Roménia.

O Presidente russo, Vladimir Putin, disse que a "operação militar especial" na Ucrânia visa desmilitarizar o país vizinho e que era a única maneira de a Rússia se defender, precisando o Kremlin que a ofensiva durará o tempo necessário.

O ataque foi condenado pela generalidade da comunidade internacional e motivou reuniões de emergência de vários governos, incluindo o português, e da Organização do Tratado do Atlântico Norte (NATO), UE e Conselho de Segurança da ONU, tendo sido aprovadas sanções em massa contra a Rússia.