Forças ucranianas reassumiram controlo de Kharkiv a segunda maior cidade do País
As forças ucranianas reassumiram o controlo de Kharkiv, disse hoje o governador regional, Oleg Sinegubov, horas depois de ter anunciado um avanço do exército russo e combates de rua na segunda cidade da Ucrânia.
"Kharkiv está sob o nosso total controlo", escreveu Sinegubov nas redes sociais, citado pela agência francesa AFP.
Sinegubov disse que estava em curso uma "eliminação de inimigos na cidade".
Com 1,4 milhões de habitantes, Kharkiv situa-se no nordeste da Ucrânia, a cerca de 20 quilómetros da fronteira com a Rússia.
Segundo Sinegubov, "o inimigo russo está totalmente desmoralizado".
Grupos de soldados abandonaram os seus veículos e "renderam-se aos militares ucranianos", disse.
O Ministério da Defesa do Reino Unido, que tem estado a divulgar informações sobre a situação militar na Ucrânia, tinha dado conta de uma intensificação dos combates em Kharkiv nas últimas horas.
Vídeos divulgados nos meios de comunicação social e redes sociais ucranianas há algumas horas mostraram veículos russos a atravessar Kharkiv e tropas russas a percorrer a cidade em pequenos grupos, segundo a agência norte-americana AP.
Num outro vídeo viam-se soldados ucranianos a inspecionar veículos danificados por bombardeamentos e abandonados pelas tropas russas numa rua.
A Rússia invadiu a Ucrânia pela segunda vez na quinta-feira, depois de ter anexado a Crimeia em 2014, e de apoiar, desde então, uma guerra separatista na região do Donbass, no leste do país.
Dias antes de ter ordenado o ataque, o Presidente russo, Vladimir Putin, reconheceu a independência dos territórios separatistas de Donetsk e Lugansk, no Donbass, onde a guerra já tinha provocado mais de 14.000 mortos desde 2014.
As autoridades ucranianas disseram que o ataque lançado pela Rússia na quinta-feira já provocou cerca de 200 mortos, incluindo civis.
A Rússia não divulgou dados sobre as suas baixas.
O ataque russo também provocou cerca de 368.000 refugiados que fugiram dos combates na Ucrânia para os países vizinhos, disse a ONU.
A invasão foi condenada pela generalidade da comunidade internacional, mas a Rússia usou o seu poder de veto no conselho de Segurança da ONU, na sexta-feira, para impedir a aprovação de uma resolução que condenava a sua ação.
Vários países e a UE impuseram sanções económicas a interesses e individualidade russas, incluindo Putin e o seu chefe da diplomacia, Sergei Lavrov.