“O conflito da crise”
Em Portugal passam-se coisas do arco da velha. Umas bem badaladas outras deitadas ao esquecimento em forma de prémio ao infractor. Mas é o país que temos e não dá para troca, nem em saldo têm saída. Então não é que quase todos os canais televisivos, que agora parece moda ou praga, enviam repórteres ou jornalistas para capitais europeias de luxo em cada esquina, para fazerem e enviarem trabalho de recolha de notícias sobre o que se passa entre os EUA e a Rússia com a Ucrânia entalada e a servir de pretexto para "guerras antigas ou por sarar", quando podiam fazê-lo desde o Terreiro do Paço e não desde a Bastilha ou a Praça da (dis)Concórdia, pois para dizerem o que dizem ou os mandam dizer, também por cá as notícias estão publicadas no Parisien, Le Monde e outros, que registam o que Macron quer e por cá se vendem, e evitavam deslocar-se para tão longe de tudo e de todos, pois o "teatro de graves operações" bélicas são iguais e os protagonistas são os mesmos sem tirar nem pôr? Só tinham a ganhar com a poupança e todos nós continuávamos "informados" com a contra informação produzida e permitida enviar como se a seriedade estivesse presente. É claro que as "repórteres especiais" perdiam o gozo e o sabor do lugar pacífico e luxuoso e perdiam também a possibilidade de comprar o último grito da moda em vison e não de uma qualquer "burka" do "quartier latin" que por lá se passeia sem querer saber de crises bélicas. Mas a questão, e que os jornais e canais de tv querem para memória futura ter uma razão para dizerem que fizeram, puseram os pés, eles também, que cobriram a tal guerra ou conflito que pode gerar um tiroteio em maior escala que obrigará os países que se esfolam para vencerem com ou sem razão e convencerem o Mundo disso. Tais repórteres e outros média, que se limitam a reproduzir o que lhes mandam os "chefões" de tais meios, que por sua vez obedecem como bons alunos dos que mais podem e mandam de facto, cumprem assim a missão que lhes é encomendada e alinham nas "verdades das mentiras" com que fazem programa e diversão ou confusão, e regressam às suas redacções, depois do nada se ter passado, mais bem vestidos e perspectivas galantes para contar aos seus colegas que ficaram nas redacções de onde nunca saíram, mas que agora as escutam com um brilhozinho nos olhos. Com isso tudo ali em cima das secretárias, vão nos dias seguintes encher páginas e folhetins que os quiosques porão à venda até ficarem amarelos do sol que queima como que saídos das armas que prometiam exterminar povos e nações mais despreocupadas e longínquas. Isto é Portugal, um país que só fala ou emite opinião após terem licença dos "poderosos dólares e outros donos de qualquer gás que ande no ar" quando eu só quero paz, pão e amor. Lacaio é que me recuso a ser!
Joaquim A. Moura